quarta-feira, 7 de março de 2012

Magia Não É Mercadoria

Ler os velhos livros do AD&D sempre nos traz alguma bela surpresa. A pérola da vez eu encontrei na página 20 do livro Dungeon Master Options: High Level Campaigns:

“Do not let magic become a commodity. Magical items should never be bought and sold like milk and eggs. Allowing PCs of any level to simply purchase magical items, or even to purchase magical supplies such as quills and inks for writing scrolls, takes some of the mystique away from magic and makes the whole world seem a little more commonplace.”

Traduzindo para o português:

“Não deixe que a magia se torne uma mercadoria. Itens mágicos nunca devem ser comprados e vendidos igual a leite e ovos. Permitir que PJs de qualquer nível simplesmente comprem itens mágicos, ou mesmo suprimentos mágicos, tais como penas e tintas para escrever pergaminhos mágicos, tira um pouco da mística da magia e faz com que o mundo inteiro pareça um pouco mais trivial.”

Seguindo esse parágrafo o livro, o texto expande o assunto comentando os vários aspectos do comércio de magia e como a aquisição de ítens e componentes de magia deviam ser uma aventura em si mesma.

É citado como componentes mágicos só deveriam ser vendidos em lojas e locais raros e muito específicos, comandados por magos aposentados, e que mesmo assim a única garantia da qualidade destes é a reputação de seus donos.

Mais importante, fica claro que o ideal é que nunca se deve trocar um ítem mágico por dinheiro. Mesmo que um jogador torne imprescindível que o mestre permita o comércio de um ítem, é melhor que o negociante peça outro ítem mágico ou um favor de tamanho adequado em troca do objeto.

Lembro de uma velha campanha minha onde eu utilizava essa política; o mago que vivia em uma torre na cidade fazia comércio de ítens, mas apenas na base de troca. Era sempre um ítem por um ítem, não importando muito o que fosse: queria uma poção de cura e só tinha uma espada +3 para trocar? Ou aceita a barganha, ou fica sem poção. Magia é magia e seu preço não é mensurável. A única vantagem é que ele colecionava adagas mágicas, e sempre dava bons ítens por elas.

E lembrem-se de que é um livro para jogo em níveis altos, então o poder das personagens não influi em nada nisso.

Enfim, muitos bons conselhos são dados nesse livro sobre o assunto. Curioso mesmo é que, considerando a quantidade de coisas que foi aproveitada desse livro no D&D 3.5, os designers dessa edição tenham ignorado completamente esse capítulo.

Um comentário:

  1. Fantástico a abordagem, já tava em tempo de ter uma fonte de referencia Sobre a besteira que fizeram com RPG's medievais!! A muito em meus cenários e campanhas, Itens magias se tornaram raros e caso houvesse compra ou troca por algum tipo de moeda, seria por moeda de magos, que muitas vezes funcionam para subrir grandes magias!!

    vlW (y)

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