quinta-feira, 30 de agosto de 2018

#RPGaDay 2018: Compartilhe Algo Que Você Aprendeu Jogando Seu Personagem

Durante os vários anos de jogo, jogando com os mais diversos personagens, uma coisa que eu aprendi é que fanáticos extremistas são sempre um problema. Não importa se é o orc tirano maligno que quer matar todos que não sejam da mesma raça que ele, ou o paladino que segue a lei à risca todo o tempo, mesmo quando ela é obtusa e prejudicial ao povo - todo extremista é problemático e eventualmente precisa ser combatido (ou ao menos confrontado).

E não interessa quão boas são as intenções originalmente, chega uma hora que o extremista torna-se ou um terrorista (quando seu fanatismo o leva a agir) ou um espectador passivo da derrocada dos seus (quando seu fanatismo o leva à inação). Se ele não for confrontado a tempo, inevitavelmente ele trará graves problemas à comunidade (seja ela o mundo todo, um reino, uma cidade, ou o grupo de aventureiros).

Eu já joguei com vários personagens que eram eles mesmos os extremistas fanáticos: um paladino de Helm que seguia as leis e regras sem julgar suas consequências (e que acabou morrendo e levando todo o grupo consigo por isso, sem ter atingido nenhum bem maior com isso); um forsaker que por negar-se a utilizar magia quase pôs em cheque o bem estar de todo o multiverso; um agente da CIA meta-humano que traiu seu grupo de super-heróis porque seu governo acreditava que um deles era um terrorista; um elfo xenófobo e vingativo que quase matou seus próprios aliados baseado em seus preconceitos racias... E veja que a maioria desses personagens eram de alinhamento bom, e ainda assim eles cometeram grandes erros, alguns beirando atrocidades.

Claro que também já tive de confrontar personagens de outros jogadores que estavam eles na posição do fanático extremista, antes que algo pior acontecesse. E, por óbvio, enquanto mestre frequentemente uso essa percepção na construção de NPCs - principalmente de antagonistas.

Eu também aprendi que sou um líder relutante: eu muito gratamente entrego a liderança do grupo na mão de qualquer um que esteja disposto a assumir a posição. Mas se eu percebo que o grupo está sem rumo, patinando por falta de alguém disposto a tomar decisões pelo grupo, eu prontamente assumo a posição de liderança e abraço a responsabilidade pelas decisões que precisam ser tomadas. Faço o mesmo quando percebo que o único disposto a liderar é um extremista fanático como o citado acima, e que sua liderança vai levar todos a um final trágico.

Não aguento ver as coisas dando errado por causa de mera indecisão, ou porque as decisões são tomadas com base em posições intransigentes e não por critérios objetivos e racionais.

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