Uma das mais frequentes constatações sobre o Dungeons & Dragons é a de que os personagens são “feitos de massinha”. Isso é, é como se eles não tivessem órgãos vitais, sangue, ou mesmo membros definidos. Todas as vezes que eles são feridos, são feridos no mesmo local: nos pontos de vida!
Alguns jogadores acreditam que o sistema de pontos de vida não é suficiente, e que algumas vezes as personagens deveriam receber ferimentos permanentes. Principalmente, considerando a existência de magias como regeneração. Se este for o seu caso, você pode utilizar a regra a seguir.
---//---
Tabela de Cicatrizes de Batalha, Sequelas e Aleijões
Personagens morrem apenas aos -10 pontos de vida. Ao chegar a 0 pontos de vida elas caem inconscientes, e começam a perder automaticamente 1 ponto de vida por rodada, até receber primeiros socorros ou algum tipo de cura mágica.
No entanto, sempre que uma personagem cair abaixo dos 0 pontos de vida, há 10% de chance dela ter sofrido um ferimento mais grave que deixará sequelas. Se for esse o caso, role na tabela abaixo para determinar quais as sequelas (se o resultado for impossível para a personagem em questão, apenas ignore o resultado; ela deu sorte desta vez):
O mestre é livre é livre para alterar os resultados de membros amputados na tabela para melhor se adaptar ao tipo de ataque sofrido pela personagem. Por exemplo, utilizando ossos quebrados e membros fraturados para ataques de contusão e músculos lacerados para ataques perfurantes.
---//---
Essa foi a tabela com a qual participei no Random Tables Contest, que como prometido, postei em português aqui para vocês.
A idéia foi inspirada nas diversas tabelas de críticos de vários jogos como GURPS, Rolemaster, e mesmo os Player’s Options do AD&D, assim como a tabela de cicatrizes de batalha de Lobisomem: O Apocalipse. Ao mesmo tempo, tentei criar uma opção às tabelas de críticos que incluísse o perigo das personagens se ferirem de forma permanente, mas sem alterar muito as regras do jogo nem o espírito heróico do D&D.
A regra pode ser utilizada com qualquer versão ou edição do D&D, AD&D, assim como Old Dragon e quaisquer retroclones de Dungeons & Dragons. Uma versão em PDF da regra e da tabela pode ser baixada aqui.
Há tempos que fico na dúvida entre usar ou não uma tabela desse tipo em D&D. Pode parecer realista, num jogo que busca não ser tão realista. Apesar disso, parabéns pelo trabalho e concurso, bom um brazuca ter ganho algo em um evento internacional. A tabela é simples e eficiente.
ResponderExcluir@Paulo: O bom dessa tabela é que a chance de ocorrer alguma dessas sequelas ainda é bem pequena, apesar de passar a serem existentes. Assim, você não corre muito o risco de ter um grupo inteiro de personagens mutilados!
ResponderExcluirNa minha mesa, uso algo semelhante, mas para certos momentos onde o personagem morreria, e eu decido oferecer a opção dele sofrer um aleijão ao invés de morrer. Assim, a tabela também pode servir apenas como um guia, onde o narrador e os jogadores decidirão qual o ferimento mais adequado. =D
ResponderExcluirO problema desse tipo de tabela é que essa aleatoriedade acaba causando mais problemas que soluções.
ResponderExcluirEssa idéia não é nova, veio da 2ª edição de Lobisomem o Apocalipse (apesar de eu não me surpreender se vier de uma fonte ainda mais antiga) e era tão ruim que foi tirada da 3ª edição, sendo substituída pela decisão deixada a cargo do narrador.
Acho legal deixar o jogo mais realista marcando as batalhas dos jogadores marcadas nas cicatrizes, mas não aconselho o uso de aleatoriedade pra isso.
Eu mesmo cito na postagem a tabela de cicatrizes de batalha como uma inspiração para a minha, mas a ideia é muito mais antiga que o Lobisomem, Rolemaster já tinha isso, e não duvido que já houvesse algo similar antes dele.
ExcluirNão sugiro o uso da tabela como substituição à decisão do mestre em situações específicas. Se um inimigo decepa a mão do personagem como consequência do roleplay, ele decepa e pronto, não tenho de rolar na tabela pra decidir isso.
A tabela serve apenas para gerar a possibilidade de uma consequência mais duradoura para quando o personagem perde todos os seus pontos de vida. Não é certeza, não é garantido, e como tudo no D&D e afins, não precisa ser permanente. E por tabela dá mais utilidade para magias como Regenerar.