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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Aventuras Baseadas em Locais

Já tem algum tempo eu vinha querendo falar sobre alguns conceitos do mundo do RPG, como os diferentes estilos de campanha e de aventuras. Mais especificamente de alguns termos que são muito utilizados, principalmente nos blogs estrangeiros, para defini-los.

Pois bem, com o lançamento este mês pela Redbox Editora de O Forte das Terras Marginais não poderia haver momento mais propício para começar o assunto, e falar sobre as location based adventures, ou "aventuras baseadas em locais".

Uma location based adventure é uma aventura pronta (ou seja, publicada por alguém) em que não existe um plot central e nem mesmo um objetivo único que deve ser atingido para se encerrar a aventura. Algumas vezes não há sequer muita explicação sobre o passado do local, apenas aquilo que é necessário para utilizá-lo em jogo. Por isso mesmo, antigamente era comum se chamar esse tipo de produto de “módulo” e não de aventura.

Esse tipo de aventura era bem comum nos primórdios do D&D, e uma das mais famosas é Keep on the Borderlands, módulo que serviu de inspiração para O Forte das Terras Marginais.

A idéia por trás desses módulos é a exploração de um local por parte dos jogadores. Para isso eles trazem a descrição de um local interessante, cheio de oportunidades de aventuras e desafios para as personagens. Por não ter um plot central nem objetivos pré-definidos fica fácil para o mestre incluir o local descrito dentro de seu mundo de campanha, seja ele qual for, e criar uma razão para ele estar lá, assim como conexões com o restante de sua campanha.

Essa liberdade extrema também significa que o mestre às vezes pode ter um pouco mais de trabalho para utilizar a aventura, como criar uma desculpa consistente para os jogadores explorarem o local, mas em contrapartida permite que ele faça várias alterações que ele ache necessárias na aventura, já que isso não irá estragar o plot dela.

Eu mesmo estou utilizando a Keep on the Borderlands como aventura inicial para minha campanha playtest do AD&D 3.5, e digo que a escolha dificilmente poderia ser melhor. Para se ter uma idéia da flexibilidade desse tipo de aventura, apesar da Keep ter sido criada para o BD&D e originalmente não fazer parte de nenhum cenário, eu situei o local dentro de Forgotten Realms, na região dos Vales, especificamente Daggerdale.

Claro, precisei criar uma razão para a fortaleza se localizar naquela região, e uma conexão com o restante do cenário, mas isso não foi nada difícil. Ainda que a maioria dos meus jogadores, senão todos, não tenham percebido nada disso!

Aventuras baseadas na exploração de locais são materiais muito úteis para um mestre, pois poupam o trabalho de criar mapas e estatísticas, mas não retiram a liberdade criativa sobre a trama como aventuras mais rígidas tendem a fazer. É sempre bom ter algumas dessas aventuras à mão para períodos de preguiça ou falta de tempo crônicos!

2 comentários:

  1. adoro esse tipo, e é por isso que além do Keep, tenho uma paixão especial por The Village of Hommlet. Segue um esquema semelhante, recheado de npcs interessantes e com muitas possibilidades.
    a diferença é a descrição dos arredores, mas mesmo assim, Village é uma caida de possibilidades imensas, mesmo q vc nao vá jogar "a versao compelta" (Temple of Elemental Evil)

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  2. alias, entrou agora minha postagem falando do Keep:
    http://www.redboxeditora.com.br/redblog/entendendo-the-keep-on-the-borderlands

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