Parece que o assunto do momento na comunidade RPGistica brasileira é o preconceito no RPG. Por preconceito leia-se discussões sobre qual sistema é melhor, críticas e enaltecimentos a determinados jogos, enfim, aquilo que comumente conhece-se por “edition wars” (mesmo quando a briga não é entre edições de um mesmo jogo).
Eu acho que tratar isso como se fosse um problema sério é perda de tempo. Lutar por um ideal de “não vamos dividir a comunidade” achando que para isso todo mundo tem de evitar críticas a outros jogos é bobagem. Enquanto houver dois jogos de RPG diferentes sempre haverá divisão entre os jogadores de RPG.
Antes das críticas ao D&D 4ed, houve a briga entre Old School e New School, antes disso eram críticas ao D&D 3.5, antes ainda críticas aos jogos indie, e voltando cada vez mais temos críticas a Tormenta, às adaptações da Dragão Brasil, a briga entre Vampiro: A Máscara e D&D, críticas a GURPS e seu excesso de detalhes, críticas ao D&D por ser hack & slash, críticas ao AD&D por ser complicado demais e até mesmo críticas ao OD&D ora por ser simplista demais e ora por ser confuso demais!
E isso nem de longe é um problema. Os jogadores de RPG tem de ter em mente que não precisam todos concordar para serem uma comunidade unida. Sabe aquela história de “eu contra meu irmão; eu e meu irmão contra meus primos; eu, meu irmão e meus primos contra os vizinhos”? Pois é.
Se for um “pré-conceito” de verdade, falando de algo que não se conhece, é um pouco mais problemático, talvez não seja uma atitude correta e o melhor a se fazer é tentar conhecer do que se fala. Mas a verdade é que na maioria das vezes trata-se é de um “pós-conceito”, um conceito formado de algo que se conhece e do qual se discorda, e quanto a isso eu não vejo problema algum.
Acho que a única coisa com que se tem de ter cuidado é em manter a educação com as pessoas. Porque? Simplesmente porquê se deve ser educado com as pessoas sempre.
Não gostar e criticar este ou aquele jogo é normal e saudável. Mas mantenha a educação ao fazê-lo.
Afinal, é bom lembrar de que foi por não gostar, discordar e criticar o D&D que Ken St. André criou o Tunnels & Trolls em 1975, criando assim o segundo jogo de RPG do mundo, e abrindo caminho para a miríade de jogos e sistemas de RPG que viria depois e da qual nos beneficiamos hoje.