Descanse em Paz, David Trampier

Acredito que todo mundo que segue este blog sabe quem é David A. Trampier, o autor do famoso ídolo demônio que estampa a capa do primeiro Players Handbook do AD&D.

Infelizmente, uma triste notícia nos atingiu esta semana: David Trampier faleceu em 24 de Março de 2014, em Carbondale, Illinois, aos 59 anos.

Curioso como essa notícia me entristeceu, considerando ser alguém que eu nunca conheci, e do qual tudo o que sei resume-se a sua arte. Em meu âmago eu sentia como se David Trampier realmente tivesse sido um tanto injustiçado por vários anos, voltando apenas recentemente a ter seu trabalho reconhecido. E eu tinha esperanças de que ele um dia voltasse a fazer as pazes com a industria de jogos e retornasse à ativa, nem que fosse apenas para atender a convenções.

David Trampier em 2003, dirigindo um taxi em Carbondale.

A história de Trampier é cheia de mistérios. Assinando suas obras como “DAT” ou “Tramp”, ele produziu tanto capas quanto artes internas para diversos livros importantes da TSR nos anos 1970 e 1980, teve uma série de quadrinhos dentro da Dragon Magazine, intitulada Wormy, que durou de 1977 a 1988, e chegou inclusive a escrever alguns jogos.

E então em Abril de 1988 ele simplesmente desapareceu. Até mesmo os envelopes com cheques de pagamento enviados pela TSR voltaram sem ser abertos. Alguns dizem que David Trampier possuia problemas de comportamento, mas talvez tenha sido o cancelamento do volume encadernado de Wormy que tenha desencadeado seu desentendimento com a industria do RPG.

O anuncio do livro que nunca foi publicado. O dinheiro da pré-venda foi devolvido aos clientes e nunca mais soube-se nada a respeito do projeto.

O fato é que este grande artista tornou-se recluso, e praticamente ninguém sabia seu paradeiro. Nunca mais uma obra sua fez parte de outro livro. Até que, por acaso, alguém entrevistou um taxista em Carbondale, Illinois, chamado David Trampier, e muitos surpreenderam-se ao reconhecer na foto do homem o lendário ilustrador.

Apesar de tentativas de contatá-lo para retornar ao mundo das editoras de RPG, ele mostrou-se bastante rancoroso com a TSR, apesar de polido, e negou qualquer oferta nesse sentido.

Há quem diga que o homem barbado, presente em tantas ilustrações de Trampier, seja na verdade um auto-retrato do artista.

As notícias mais recentes diziam que a alguns meses ele havia tido um infarte, que a empresa de taxi em que trabalhava fechou, e que os médicos o haviam diagnosticado com câncer. Em decorrência disso, ele procurou o dono de uma loja especializada em RPG em Carbondale para vender algumas peças de arte suas, e aparentemente estava começando a cogitar voltar a trabalhar para a industria de RPGs. Ele inclusive havia concordado em aparecer como convidado em uma convenção em Carbondale que ocorreria em Abril deste ano, onde o dono da loja em questão pretendia apresentá-lo ao editor da Troll Lord Games.

Seriam minhas esperanças tornando-se realidade, não fosse o fato de que ele faleceu a cerca de 15 dias da dita convenção.

Certamente sua ilustração mais famosa, e possivelmente a ilustração mais icônica de toda a história do RPG.

Suas ilustrações ajudaram a definir a estética do Dungeons & Dragons e a profundidade de sua influência pode ser percebida nas diversas homenagens rendidas a elas.

Ele pode ter partido para os Planos Superiores, mas certamente nós nunca esqueceremos David Trampier.

Trampier era um mestre no uso de luzes e sombras.

A capa da primeira edição de Gamma World, também de autoria de David A. Trampier.

Algumas de suas ilustrações possuiam um estilo que simulavam xilogravuras.

Já este gigante do fogo é bem diferente do anterior.

Até nesta manticora encontramos o “homem barbado”.

Suas ilustrações passeavam por variados estilos.

Mas sempre retratavam perfeitamente…

… o que significa aventurar-se em Dungeons & Dragons!

Mais Fotos de D&D Attack Wing

A poucos dias atrás eu falei do novo jogo de miniaturas Dungeon & Dragons Attack Wing, que deve chegar às lojas em Outubro. Na ocasião, eu mostrei também as primeiras fotos disponíveis das peças do jogo.

Pois bem, conforme os dias vão avançando, mais informações vão surgindo, assim como novas imagens do jogo.

Primeiramente, algumas fotos do vídeo da apresentação do jogo:

Algumas imagens comparativas entre dragões que podemos esperar ver nas coleções.

Mecânicas velhas conhecidas do D&D como baforadas em cone e magias de área estarão presentes no jogo…

… assim como os diferentes tipos de energia e as respectivas fraquezas e resistências a eles.

Pelas fotos da apresentação, podemos aferir que o jogo será bem “solto”, sem facções pré-determinadas, com os jogadores provavelmente podendo escolher livremente quais peças comporão seu exército. Haverá também algum tipo de regra para campanhas, e não apenas para batalhas isoladas, o que é bastante legal.

Mas não é só imagens da apresentação que foram divulgadas, mas também das peças do jogo em ação:

Além do dragão de cobre, podemos ver ao lado a figura de um mago. Ao que parece os aventureiros serão mesmo na mesma escala da linha de miniaturas de RPG.

Um close do dragão de cobre.

As miniaturas dos dragões estão muito legais! 

Só vendo de perto para ter certeza, mas aparenta que os dragões estão em um tamanho um pouco menor do que o comum para dragões adultos na escala de 30mm.

A mesa de jogo montada, com todas as peças que compõem o jogo.

Aqui podemos ver em detalhes as cartas e mostradores, ainda que não dê para entender muita coisa. Provavelmente alguma coisa ainda mude até a versão final do jogo.

Masters of Fantasy – TSR: The Fantasy Factory

Descobri recentemente no Youtube este documentário do Sci-Fi Channel (atual SyFy), a respeito da TSR:

O documentário é de 1997, ou seja, o mesmo ano em que a companhia faliu e foi comprada pela Wizards of the Coast. Mas curiosamente, nada é falado sobre como a empresa quebrou, razão pela qual foi vendida.

Legal que mesmo já estando nas mãos da WotC, há entrevistas com Gary Gygax e Lorraine Willians, respectivamente, co-fundador e última presidente da TSR.

Mas uma das coisas que me deixou mesmo de boca aberta é que, em um trecho que cita em quantas línguas e países os produtos da TSR já foram comercializados, aparece uma foto de um Livro do Jogador do AD&D 2ªed brasileiro, e pode-se ouvir um trecho de um dos CDs de áudio que acompanhavam alguns dos produtos de AD&D da Editora Abril!

Vale à pena ver o vídeo, nem que seja apenas pela nostalgia! Pena que o áudio é em inglês, sem legendas em português, então é preciso entender esta língua para acompanhar o que está sendo dito.

O Ídolo da Semana

O ídolo desta semana apareceu em um velho anúncio da linha de miniaturas da Ral Partha:

O ídolo está um tanto diferente, mas o que vale é a intenção!

O anúncio que eu reproduzo aqui apareceu na página 25 da Dragon Magazine nº 77.

Os KRE-O Dungeons & Dragons Já Chegaram no Brasil!

Já era sabido que os conjuntos de KRE-O Dungeons & Dragons já estavam disponíveis no mercado gringo desde o início do ano. Mas eis que descobri que eles agora chegaram também ao Brasil!

Os kits de peças de montar da Hasbro com temática do D&D já estão disponíveis nas lojas de brinquedo brasileiras, em todas as suas versões.

Além dos kits maiores, com máquinas de cerco, torres e castelos, vendidos a preços variados (mas ainda assim mais baratos que LEGO), há as miniaturas individuais de figuras icônicas a R$ 29,90 (com personagens como Wulfgar e Drizzt Do Urden), e também os pacotinhos do Army Builder Pack, com uma miniatura aleatória, a R$ 11,90.

O pacote contendo uma figura aleatória.

Eu comprei um pacote do Army Builder Pack por curiosidade, só para ver como são as figuras. E até que são legais, mas bastante diferentes das minifigs da LEGO (mas o tamanho e proporções são exatamente os mesmos). Eu tirei um clérigo:

O clérigo e seu card.

Junto à miniatura, que é cheia de articulações, acompanha também um card, o que corrobora meu pensamento de que há um jogo associado a estas figuras, com regras próprias. Infelizmente, no pacote individual não vem nenhuma explicação sobre quais são estas regras.

Na pior das hipóteses, é uma opção viável para quem quiser usar minifigs de LEGO e figuras de KRE-O como miniaturas costumizáveis em suas partidas de RPG.

Mais Informações Sobre as Novas Miniaturas Oficiais do D&D

Vocês devem se lembrar de que a WizKids anunciou uma parceria com a Wizards of the Coast para a produção da próxima linha de miniaturas oficiais do D&D.

Pois bem, novas informações foram divulgadas sobre os projetos a este respeito, e não serão apenas uma, mas sim duas coleções!

A linha de miniaturas que visam ser acessórios para os jogos de RPG não terão nenhum conjunto de regras associado a elas. Assim, não haverá nenhum “skirmish game” como nas antigas D&D Miniatures.

Estas serão vendidas em starters e boosters, com o primeiro Dungeons & Dragons Miniatures Heroes Starter contendo 6 miniaturas plásticas pré-pintadas, e sendo lançado em Julho ao preço sugerido de US$ 19,90.

Já os Dungeons & Dragons Fantasy Miniatures: Set One Boosters conterão 4 miniaturas aleatórias de um total de 50 da coleção completa. Em minha opinião, o conteúdo aleatório dos boosters e a variação de raridade das peças, repetindo o péssimo modelo adotado tanto pelas antigas D&D Miniatures e as Pathfinder Battles, é no mínimo uma péssima escolha para uma linha de miniaturas que visa ser apenas acessórios para jogos de RPG e não um jogo em si próprio. Não é à toa que o comércio paralelo de miniaturas avulsas acaba sendo muito mais atrativo que a venda direta dos boosters.

A segunda linha de miniaturas, esta sim, será um jogo próprio, e se chamará Dungeons & Dragons Attack Wing. Esse será um jogo de combate aéreo de dragões, nos mesmos moldes do Star Trek Attack Wing, também da WizKids.

As primeiras imagens das miniaturas do jogo Dungeons & Dragons Attack Wing.

Os primeiros Attack Wing: Dungeons & Dragons Starter Sets deverão estar disponíveis em 1º de Outubro, e trarão 3 dragões pré-pintados, com bases especiais, 3 mostradores de manobras, cards e marcadores. O preço sugerido será de US$ 39,99.

Os oito Wave One Expansion Packs iniciais estarão disponíveis na mesma data, serão peças individuais, e custarão US$ 14,99. Os três Wave Two Expansion Packs deverão estar à venda em 3 de Dezembro e custarão a mesmo preço.

Além de dragões, o jogo contará também com unidades de terra, contando com maquinas de cerco, magos e gigantes. Ao contrário das miniaturas para uso no RPG, estas figuras virão com as peças visíveis nos boosters e starters (que contrasenso, não?).

As peças de Dungeons & Dragons Attack Wing em jogo!

Resta saber se as miniaturas do D&D Attack Wing serão compativeis em escala com a outra linha, o que não parece ser o caso pelo que vemos nestas primeiras fotos. Estranhamente, a WizKids sugeriu que algumas esculturas apareceriam nas duas linhas de miniaturas, apenas com as bases diferentes. Cabe-nos esperar pra ver.

Faça Você Mesmo: Desabamentos

Já mostrei a vocês aqui quando fiz algumas paredes de pedras desabadas. Desta vez, mostrarei como fazer desabamentos mais orgânicos, não só com pedras, mas contendo também terra, areia e entulhos menores.

Materiais:

- massa de biscuit ou epoxi
- areia
- papelão fino ou papel-cartão
- estilete ou faca de hobby
- cola
- tinta acrílica
- verniz acrílico spray
- pincéis

Como fazer:

A ideia aqui é que as peças fossem compatíveis com as dungeons 3D da Kimeron Miniaturas. Para isso, usei as peças de parede e cantos da Kimeron cobertas por filme plástico para usar como base na moldagem das peças. Usando massa de biscuit (mas você pode usar massa epoxi ou mesmo papel machê), moldei formas similares a pequenos amontoados de terra que se encaixam nos cantos da dungeon, e também dois amontoados que preenchem o fim de um corredor mais largo e de outro mais estreito.

Desabamentos nos cantos de uma sala…

… desabamento no fundo de uma sala ou corredor largo…

… e um desabamento em um corredor estreito.

Nesse momento, como podem ver nas fotos, não precisa ser nada muito detalhado. Usaremos essa peça apenas para dar a forma básica da miniatura, com os detalhes sendo feitos de outro modo. Espere a massa endurece completamente para continuar. Eu precisei esperar cerca de uns 10 dias, devido à umidade do clima (epoxi teria sido bem mais rápido).

Será necessário também algumas “pedras” maiores, que você também pode fazer de massa ou utilizar pedrinhas de aquário. Eu já tenho algumas “pedras” de massa prontas e guardadas, mas se não for o seu caso, aproveite para fazê-las enquanto espera a base das peças endurecer.

Quando a primeira parte já estiver endurecida, cole-as em um pedaço de papelão fino, ou papel-cartão grosso (eu usei o fundo de uma caixa de pizza congelada). Deixe um espaço razoável em torno de todas as peças, pois será necessário.

Em seguida, cole também algumas das “pedras” de massa que você fez sobre os montes, para criar a ilusão de pedras maiores semi-enterradas visíveis no desabamento. Tente dar um ar de aleatoriedade na posição destas pedras.

Os montes já colados no papelão e com as pedras sobre eles.

Um close do que ainda é apenas a base das peças.

Agora que chegamos na parte mais importante da confecção da peça, que é conferir-lhe textura. E é nisso que entra a areia.

A areia que será usada é areia de construção comum, aquela com pequenas pedrinhas.

Passe cola branca sobre a superfície dos montes, evitando que a cola fique sobre as pedras de massa que já estão coladas sobre os montes. Só não cubra a parte reta que forma a parte de trás dos montículos. Deixe um pouco de cola cobrir o papelão em torno dos montes, para parecer que parte da areia espalhou-se pelo chão em torno, dando uma aparência mais realista. Seja generoso na quantidade de cola. Após isso, e antes da cola secar, cubra os montes com areia de construção. Agora, tenha paciência e deixe a cola secar totalmente.

Os montes cobertos de areia. Agora é esperar a cola secar 

Quando a cola estiver totalmente seca, tire o excesso de areia para fora da peça; você pode fazer isso sacudindo o papelão em que estão colados de leve, com pequenas batidas. Usar um pincel de leve para retirar a areia mais fina também é aconselhável.

Note que as peças devem apresentar uma camada de areia fortemente colada à sua superfície, e é exatamente isso o que queremos.

Em seguida, recorte o papelão, deixando apenas o entorno da base com areia colada em cima, no formato e largura que você desejar.

Os montes depois de ter suas bases recortadas.

Uma visão mais de perto.

Se neste momento você achar que algum ponto poderia ter mais areia o cobrindo, apenas repita o processo de passar cola e cobrir com areia.

Eu achei que as bordas da base podiam ficar um pouco mais cobertas, e por isso repeti o processo de colar areia nelas. 

Quando estiver satisfeito com a cobertura de areia na peça, é hora de começar a pintura!

Pintura:

Comece aplicando um primer nas peças. O costumeiro preto fosco é uma boa pedida aqui, mas um marrom escuro também vem a calhar.

Com o primer seco, eu comecei utilizando tinta marrom escura bastante diluída, não tanto quanto para um washing, afinal queremos uma cobertura completa da tinta, mas ainda assim bastante líquida, para cobrir a parte com areia. A diluição é importante para que a areia absorva bastante a tinta, e para que ela penetre entre os grãos de areia, evitando que qualquer parte da peça fique sem pintar.

Em seguida, usei cinza escuro para pintar as pedras maiores, assim como algumas das pedras menores. Pintar algumas das pedras menores serve para adicionar um maior nível de detalhe nas peças.

Quando essas camadas base de pinturaestiverem secas, você pode fazer um washing preto, apenas para aprofundar as sombras na peça.

Em seguida, com o washing completamente seco, iniciamos uma série de camadas de drybrush. Sobre as pedras maiores, usei um drybrush de cinza lunar, em seguida um tom de areia, e por fim um cinza ainda mais claro. Na parte coberta pela areia, comecei com um tom de marrom claro, em seguida com um tom de areia, e por fim o mesmo tom de cinza mais claro que usei por último nas pedras. Faça cada drybrush mais leve do que o anterior, para obter um resultado melhor e não cobrir totalmente a pintura anterior.

Minhas quatro peças prontas!

Mais de perto, para ver os detalhes.

Por fim, umas duas camadas de verniz acrílico fosco, para proteger as miniaturas e garantir que a areia não descole mais das peças.

Pronto, quando o verniz estiver seco você terá belas peças para representar partes desmoronadas dentro de sua dungeon!

Abaixo, algumas fotos das peças usadas em conjunto com as dungeons 3D da Kimeron e miniaturas do D&D:

O anão sabe dizer exatamente a quanto tempo essa parede desmoronou. 

As peças feitas para encaixar nos cantos…

… foram as que ficaram melhores, em minha opinião.

“Esta passagem está obstruída. Precisaremos procurar outro caminho, companheiros”

A Foz do Rio Morto – Ano 1

A esta altura a grande maioria de vocês já conhecem o projeto “Legião: Colonize a Foz do Rio Morto”. O que alguns talvez ainda não saibam é que com um mês de projeto completo, já se passou um ano de “tempo de jogo” no cenário, e com isso foi criado um suplemento resumindo este ano inteiro de acontecimentos.

Foz Do Rio Morto - 1.102AD Os Primeiros Dias resume os principais acontecimentos na Vila da Foz durante este primeiro ano de assentamento dos colonos, uma pequena prévia do suplemento maior, que também serve para aqueles que entrarem agora na brincadeira saibam mais ou menos em que ponto as coisas se encontram na Vila.

O documento de 18 páginas é escrito como se fosse contado por um dos moradores da recém-fundada vila, Althar, o caçador, e ainda traz algumas informações extras sobre os bárbaros Tolgari, um dos povos do cenário.

O PDFpode ser baixado gratuitamente na página do Old Dragon.

O Ídolo da Semana

O ídolo desta semana é uma homenagem ao estilo Old School às ilustrações de David Trampier (e não o são todos eles?):

O ídolo pode ser visto ao fundo, à esquerda.

O autor da ilustração é Stefan Poag, mas não sei onde a ilustração foi publicada originalmente. DCC RPG talvez?

Mas o mais interessante sobre esta imagem é que ela faz homenagem não apenas ao ídolo demônio, mas também a outra ilustração de Trampier, que por falta de nome melhor eu apelidei de “treasure hunters” e que vocês podem conferir aqui.

A História do D&D Através de Seus Guerreiros

Vocês já devem ter visto por aí imagens fazendo comparações entre as diversas edições do D&D, oficiais ou não, utilizando imagens de outras franquias que tiveram mais de uma versão.

Uma bastante famosa é a comparação entre as edições do D&D e as versões do James Bond, e eu mesmo já postei aqui uma que comparava as edições do D&D com o protagonista dos vários Castlevania.

Mas então tive uma ideia melhor: e se fizessemos uma comparação visual das várias edições do D&D utilizando ilustrações destas mesmas edições?

Como base da imagem, eu peguei a imagem que usa os “James Bonds”, que compara apenas do AD&D em diante. E como é difícil definir uma “ilustração icônica” de cada edição, minha opção foi pegar o guerreiro de cada edição, preferivelmente a ilustração que representa a classe na descrição desta.

Abaixo você podem ver o resultado:

Só eu tenho a impressão que a 4ªed destoa do padrão um pouco mais que o resto?

Na ilustração temos:

AD&D 1ºed – Gerreiro numa ilustração de David Trampier no Monster Manual, já que não há uma ilustração na descrição da classe.

AD&D 2ªed – Guerreiro que acompanha a descrição da classe no Player’s Handbook Revised.

D&D 3.0 – Regdar, o guerreiro humano icônico do Player’s Handbook.

D&D 3.5 – Como os manuais básicos do D&D 3.0 e 3.5 são praticamente idênticos, incluindo as ilustrações, peguei a imagem do primeiro suplemento voltado para guerreiros nesta edição: a ilustração de capa do Complete Warrior.

D&D 4ªed - guerreiro draconato que acompanha a descrição da classe no Player’s Handbook.

Pathfinder - Valeros, o guerreiro humano icônico do Pathfinder Core Rulebook.

OSR - Guerreiro que acompanha a descrição da classe no Swords & Wizardry.

Opiniões e conclusões a respeito, deixo a cabo de cada um de vocês.

Spelljammer e Mask of the Red Death no DnDClassics!

O site DnDClassics, que vende os PDFs oficiais das edições antigas do D&D e AD&D continua lançando “novidades”. Esta semana passamos a ter o cenário Spelljammer disponível em PDF, e semana que vem teremos o excelente Masque of the Red Death and Other Tales para o cenário de Ravenloft!

Confira a lista de lançamentos desta semana:

Harbinger House (2E Planescape)
Spelljammer (2E Spelljammer)
RA1 Feast of Goblyns (2E Ravenloft)
DSQ1 Road to Urik (2E Dark Sun
DSR1 Slave Tribes (2E Dark Sun)

E a lista da semana que vem:

The Gates of Firestorm Peak (2E AD&D)
Something Wild (2E Planescape)
Masque of the Red Death and Other Tales (2E Ravenloft)
DSS1 City-State of Tyr (2E Dark Sun)
SJR1 Lost Ships (2E Spelljammer)
Forbidden Lore (2E Ravenloft)

Tomara que a WotC continue disponibilizando mais e mais suplementos antigos em PDF!

Datas e Preços Para a Pré-Venda do D&D Next?

Esta semana a Barnes & Noble postou preços e datas para dois materias da próxima edição do D&D. Aparentemente, estas postagens foram um engano e já não estão mais no ar.

Os anúncios foram para o Player’s Handbook a US$ 49,95 a ser lanaçado em 19 de Agosto de 2014, e a grande novidade, um Starter Set a US$ 19,99 a ser lançado em 15 de Julho.

Não há nenhuma informação do que comporá o Starter Set.

Como pode ser visto acima, ainda não há imagens dos livros.

A Wizards of the Coast comentou oficialmente que não tem nada a declarar em relação ao assunto; isto é, não confirmou mas também não desmentiu nenhuma das informações que vazaram.

Isto pode indicar que, provavelmente, as informações são verdadeiras. Claro que até a data oficial de lançamento, tudo pode mudar. Mesmo assim, o starter set faz todo o sentido do mundo, já que além de ser uma escolha inteligente lançar um conjunto introdutório ao jogo mais barato, a Wizards já usou a mesma tática no lançamento do D&D 4ªed.

A data de lançamento do Player’s Handbook também parece adequado, já que 19 de Agosto seria a terça-feira após a Gen Con, a data ideal para a apresentação do nova edição do jogo.

E pelos print screens acima podemos notar duas outras coisas: aparentemente a nova edição será chamada oficialmente apenas “Dungeons & Dragons”; e as grandes lojas on-line oferecerão enormes descontos no preço dos livros.

Vamos continuar aguardando para ver.

Resenha: Guidebook to the City of Dolmvay

Trago hoje algumas informações sobre um material muito legal, em inglês, cujo PDF está sendo vendido na RPGNow através do sistema Pay What You Want (isto é, você pode pagar quanto quiser pelo livro, incluindo não pagar nada, ou então, pegar de graça, ler, e depois voltar no site e comprar novamente pagando quanto você achar que o livro vale).

Escrito por Peter C. Spahn e produzido pela Small Niche Games, Guidebook to the City of Dolmvay é um suplemento de 223 páginas escrito para o cenário Chronicles of Amherth, utilizando as regras de Labyrinth Lord.

Financiado coletivamente através do Kickstarter, o suplemento é quase todo OGL, exceção a uns poucos nomes e termos que fazem referencia direta ao cenário de Chronicles of Amherth.

Como o próprio nome diz, o livro descreve em detalhes uma cidade, Dolmvay, que é a clássica metróple medieval murada e portuária. Apesar de ser voltada para um cenário em específico, é muito fácil realizar adaptações para incluir a cidade de Dolmvay em qualquer outro cenário, ou então utilizá-la sozinha como o ponto de partida para uma campanha em cenário próprio. Como atestado no próprio livro, o mundo de Amherth, para o qual a cidade foi criada, é um cenário bastante low-fantasy e low-magic, e a cidade de Dolmvay reflete bem isso.

Outro ponto alto é que o sistema utilizado nas descrições é o Labyrinth Lord, um dos retro-clones mais fáceis de se adaptar para qualquer outro sistema D&D-like, como o próprio Dungeons & Dragons ou o brasileiro Old Dragon, por exemplo.

O livro inicia-se apresentando os temas e ideias sobre os quais o cenário e a cidade foram construídas, como a ancestralidade da região (a cidade foi construída sobre as ruínas de diversas outras civilizações), os semi-humanos como minorias, como a magia é temida, o conflito entre Ordem e Caos, a luta dos nobres pelo poder, e o papel dos aventureiros como heróis. Já o segundo capítulo trata diretamente sobre aventuras na cidade de Dolmvay, trazendo várias ideias para ganchos e temas de aventuras na região.

Em seguida começa a descrição da cidade em si, primeiro de sua história, e logo após a descrição geográfica propriamente dita. Detalhes sobre a lei, sistema de governo, religião, comércio, calendário, população, costumes, dia-a-dia, etc., tudo isso é dado com uma quantidade adequada de detalhes. Chamou-me particularmente a atenção uma tabela com 100 rumores sobre a cidade, que podem ser facilmente usados para iniciar ganchos de aventuras.

Seguido desta parte mais política e cultural, inicia-se a descrição de cada distrito da cidade (o que inclui um gueto semi-humano), com sua aparência, construções, estabelecimentos e NPCs importantes. Nesta parte, algumas homenagens à comunidade OSR na blogosfera são feitas no livro, como a loja de livros e mapas Dyson's Delve, ou a Tenkar’s Tavern. Há também um mapa bastante bom da cidade como um todo.

Após a descrição da cidade, há um capítulo descrevendo os tipos de comércio e negócios mais comuns na cidade, e um outro dedicado inteiramente a tavernas e estalagens, muito bom para o mestre que precisa criar um destes estabelecimentos às pressas, seja na cidade de Dolmvay, ou em qualquer outro local no mundo de jogo.

Segue-se um capítulo sobre encontros na cidade, com ideias e tabelas de encontros aleatórios tanto genéricos para a cidade inteira, como encontros especiais, divididos por distrito, e que servem tanto como uma forma de adicionar detalhes a uma sessão de jogo, quanto para criar novos ganchos de aventuras.

Após este longo capítulo, temos um capítulo com novos exemplares de flora e fauna, isto é, plantas nativas da cidade úteis aos aventureiros, e novos monstros que podem ser adicionados ao repertório do Labyrinth Lord (com uma menção especial aos excelentes Deceiver e Loskath!).

Encerrando o livro temos 5 apêndices. O Appendix 1: The Valenon descreve uma cidade-estado murada existente dentro da cidade de Dolmvay; uma teocracia regida pelo High Lawlord, o líder da Church of Law and Order, de certa forma bastante similar ao Vaticano do mundo real. Este capítulo também descreve os costumes, crenças e regras da igreja em questão, assim como a relação desta fé com serviços de cura mágica e ressureição no cenário.

O Appendix 2 descreve a guilda de aventureiros da cidade e tudo o que ela pode oferecer aos personagens jogadores. Já o Appendix 3 é reservado aos misteriosos esgotos da metrópole; construídos com uma mística e estranha tecnologia ancestral, eles estão sempre mudando e alterando-se e funcionam como uma espécie de dungeon semi-pronta para ser o palco de diversas aventuras.

O Appendix 4 traz diversas tabelas e guias para a criação rápida de NPCs bastante detalhados, além de incluir boas regras para a criação e utilização de personagens de nível 0. Por fim, o Appendix 5 trata de tesouros em geral, com diversas tabelas para a rolagem aleatória destes.

É um material muito bom, descrevendo uma cidade bastante grande e interessante, com muitos detalhes e ainda assim deixando bastante espaço para o mestre criar à vontade. Se você está procurando um mini-cenário urbano pronto, ou uma grande metrópole para ser a base de operações dos personagens de seu grupo de jogo, ou apenas inspiração para criar sua própria grade cidade de fantasia medieval, recomendo fortemente dar uma olhada no Guidebook to the City of Dolmvay.

RPGNow GM’s Day Sale

Não esqueçam que juntamente com o dia do Mestre de Jogo, a RPGNow/DrivethruRPG faz sua maior promoção do ano.

São centenas de títulos de várias editoras com até 30% de desconto pelos próximos 12 dias. Quem sabe seja a hora de adquirir o PDF daquele jogo que você queria tanto conhecer.