domingo, 28 de agosto de 2011

Miniaturas Fresquinhas da Kimeron

E as forjas da Kimeron Miniaturas não param! Não bastasse a última e recentíssima leva de miniaturas lançada por eles, o grande artesão Cinésio anda a toda fazendo novas esculturas para complementar nossas mesas!

novidades O que foi divulgado em fotos até o momento são ninhos com ovos de dragão e grifo, e um novo kit de tesouros para ampliar ainda mais um kt que já era muito legal.

NinhosOs ninhos de monstros

kimeron novas peças O novo kit de tesouros

Mas não serão só essas as novidades da Kimeron Miniaturas. As informações que recebi do próprio Cinésio são de que mais algumas novidades já estão prontas e serão lançadas na semana vindoura. Fiquem de olho!

sábado, 27 de agosto de 2011

Ilustrações de Rodapé

No Dungeom Master Guide da primeira edição do AD&D algumas páginas traziam em seus rodapés ilustrações de David C. Sutherland mostrando cenas de um grupo de aventureiros em suas aventuras. Cada ilustração era como uma sequência da outra, mostrando o mesmo grupo de aventureiros, desde sua entrada na dungeon até seu avanço masmorra à dentro.

E uma idéia tão legal não poderia ter sido deixada de lado, e estas ilustrações de rodapé acabaram inspirando outras ilustrações!

AD&D 1st ed, DMG pg 170 Os aventureiros entram na dungeon… (AD&D 1ªed, Dungeon Master Guide, pg 170)

AD&D 1st ed, DMG pg 171 Os heróis encontram trolls! (AD&D 1ªed, Dungeon Master Guide, pg 171)

AD&D 1st ed, DMG pg 172 Cercados por salamandras! (AD&D 1ªed, Dungeon Master Guide, pg 172)

AD&D 1st ed, DMG pg 173E quanto mais funda a dungeon, maiores os desafios e os tesouros. (AD&D 1ªed, Dungeon Master Guide, pg 173)

Os jogadores mais novos provavelmente não se lembrem das ilustrações acima, mas devem ser capazes de reconhecer algumas ilustrações que são claramente inspiradas nelas:

DM screen D&D 3 O Escudo do Mestre do D&D 3.0 (com direito ao anão sendo emboscado e tudo!)

4e dm screen O Escudo do Mestre do D&D 4ªed

Não são recriações verdadeiras, apenas utilizam as originais como fonte de inspiração, o que pode ser percebido pela conformação das cavernas e algumas “cenas” isoladas.

O mesmo é feito por dois outros jogos, um deles o Hackmaster Basic. É claro que nesse caso é muito mais presente toda violência e sanguinolência que é marca registrada do Hackmaster. Além disso, aqui não são rodapés, mas sim cabeçalhos dos capítulos:

Hackmaster Basic 1 Hackmaster Basic, pg 13

Hackmaster Basic 2 Hackmaster Basic, pg 35

Hackmaster Basic 3 Hackmaster Basic, pg 83

Hackmaster Basic 4 Hackmaster Basic, pg 97

Hackmaster Basic 5 Hackmaster Basic, pg 148

No caso do Dungeon Crawl Classics Open Beta a inspiração é muito mais na idéia do que nos desenhos. Os rodapés mostram não os aventureiros dentro da dungeon, mas sim em seu caminho até lá:

DCC RPG Beta, pg 104 Dungeon Crawl Classics RPG Open Beta, pg 104

DCC RPG Beta, pg 105 Dungeon Crawl Classics RPG Open Beta, pg 105

Para finalizar, o artista Kevin Mayle fez uma homenagem às ilustrações originais, recriando-as em cores:

DMG170-low-res - Kevin Mayle rendition of David C. Sutherland III's illustrations on the DM's Guide pages 170-173 DMG171-low-res DMG172-low-res DMG173-low-resKevin Mayle não só coloriu como também adicionou maiores detalhes às ilustrações originais.

Novidades na RedStore

A noticia é de quarta-feira passada, mas nunca é tarde demais para lembrar que a RedBox Editora está com novidades em sua loja virtual.

A primeira é o oitavo e último dos kits de miniatura oficiais do Old Dragon para este ano, o Kit Arqueiros. São 5 miniaturas de arqueiros, elfos e humanos, homens e mulheres, no mesmo estojo plástico dos demais kits.

A segunda novidade é um pacote econômico com todos os 8 kits de miniaturas Old Dragon, com suas 40 miniaturas não repetidas. O pacotão sai por R$ 174,20, isso é, economia de R$ 25,00.

O terceiro lançamento é um pacote do Manual Básico do Old Dragon, onde você adquire o livro físico + o livro em PDF, por apenas R$ 29,90. Uma economia de R$ 4,90 (isso é metade do preço do PDF!).

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Figura do Aventureiro

Muito se fala do modo old school de jogar RPG, mas me surpreende que muito pouco seja dito (ao menos nos blogs brazucas) sobre algo que para mim é uma figura chave para um bom jogo old school: o aventureiro!

Não estou falando das personagens dos jogadores simplesmente, mas do conceito de “aventureiro” em si trazido pelo D&D. Lembro que da primeira vez que botei os olhos em um livro de Dungeons & Dragons a explicação dos personagens dos jogadores como aventureiros e a própria premissa da existência desse tipo de aventureiro profissional me fascinou completamente. Mas o tempo passa, e tanto se fala no tal “aventureiro” que o significado original do termo se perdeu, acabando por se tornar no jargão rpgístico apenas um sinônimo para as personagens dos jogadores.

Mas o conceito do aventureiro é mais do que isso. O aventureiro do D&D é mais do que alguém que se mete em aventuras como consequência de outros atos. Antes disso, aventurar-se é a principal atividade da vida de um “aventureiro” de verdade.

Os aventureiros são um pouco como os antigos exploradores de nosso mundo real, dispostos a arriscar suas vidas, indo a lugares ermos, invadindo o desconhecido e enfrentando perigos reais em busca de conseguir fama, riquezas e glória. Eles trabalham por dinheiro, e estão dispostos a arriscar suas gargantas nas lâminas sujas dos orcs por um punhado de moedas de ouro.

Eles também se aventuram pela glória, a fama intrínseca por desvendar os mistérios de locais antigos e terríveis e de derrotar inimigos mortais. Por quê? Porque fama traz poder, e poder traz ainda mais riquezas!

Isso não quer dizer que não há lugar para heroísmo, ou para boas intenções. Até porque não há nada de maligno em querer ficar rico e famoso (apesar do “como” se faz isso poder vir a ser maligno). Um clérigo pode muito bem cumprir as ordens de sua Igreja e os preceitos de sua fé, e aproveitar para saquear alguns tesouros perdidos em corredores subterrâneos no processo. Assim como um paladino pode fazer o bem e ajudar aos necessitados enquanto busca riquezas e fama o suficiente para tornar-se um lorde. E bem, eventualmente salvar o mundo pode acontecer nesses percursos, afinal, de que vale todo o dinheiro do mundo se esse mundo acabar?

Aventureiros são quase que uma classe social em separado. As pessoas comuns devem vê-los como uma salvação em potencial (afinal, eles podem enfrentar os terrores que os homens comuns não podem), e ao mesmo tempo como uma fonte de problemas em potencial (pois, em última instância, são um bando de vagabundos mercenários que matam coisas e pilham tesouros por aí). Assim, avntureiros inspiram um misto de fascínio e desgosto na população comum dos cenários.

Entendam que eu não estou falando que não há espaço para outros tipos de personagens em um jogo old school, longe disso, apenas que o conceito do “aventureiro profissional” é tão old school quanto o jogo em si e facilita bastante conduzir aventuras e campanhas em estilo old school.

Além disso, para mim agrega riqueza ao cenário, afinal no mínimo permite sempre que o velho ranzinza na taverna olhe para as personagens dos jogadores e resmungue “Humpf, aventureiros!”.

sábado, 20 de agosto de 2011

Otherworld Miniatures - Labyrinth Lord Boxed Sets

ll1boxfront1Está em pré-venda os dois primeiros sets de miniaturas oficias de Labyrinth Lord fabricados pela Otherworld Miniatures.

Anunciado desde Março de 2010, esse projeto sofreu muitos atrasos e só agora está sendo lançado. As miniaturas serão vendidas em caixas em tamanho A4, incrivelmente ilustradas, forradas com espuma em seu interior para melhor acondicionar as miniaturas. Cada caixa custa £60,00 na pré-venda e £75,00 após esse período.

As miniaturas de cada conjunto são as mesmas das linhas normais da Otherworld e algumas poucas miniaturas exclusivas dos sets. Cada caixa representa os tipos de monstros comumente encontrados em um determinado nível de uma dungeon. No momento as caixas de monstros nível 1 e 2 estão sendo lançadas.

ll2boxfront1No projeto original era para cada caixa ser acompanhada de uma aventura, que em conjunto com as aventuras das demais caixas, formariam uma campanha completa. No entanto, não está claro se essa idéia foi levada a cabo.

Eu tenho várias miniaturas da Otherworld e digo que a qualidade delas é excepcionalmente boa, com esculturas perfeitas e defeitos de confecção quase inexistentes. Além disso, o frete da empresa é muito barato, e compras acima de £75,00 tem frete grátis para o mundo inteiro.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Calendário de Lançamentos Redbox

A notícia está se espalhando aos quatro ventos: O pessoal da Redbox Editora divulgou a sua programação de lançamento para o restante deste ano!

Atenção especial ao “Forte das Terras Marginais”, a primeira aventura oficial escrita pelo grande Rafael Beltrame, colaborador de diversos blogs de RPG por aí e figurinha carimbada nos comentários aqui do Dungeon Compendium!

Fiquem com o comunicado do Mr. Pop:

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Olá a todos,

Enquanto nosso site não sai do limbo estético que se meteu nos últimos tempos, continuamos trabalhando nos bastidores para manter nosso ritmo de produtos para 2011. Depois do lançamento de 3 produtos no primeiro semestre (OD tiragem 2, Grid de Combate e os Blocos de Fichas de Personagem), pretendemos fechar 2011, com mais 4 lançamentos. Vamos a eles:

Setembro: O Forte das Terras Marginais

Criado para ser uma releitura da clássica aventura Keep on the Borderlands, escrita pelo próprio Gygax, o FdTM, é uma aventura no estilo sandbox, ou seja, sem trama fixa e caminhos pre-determinados, idealizada para personagens de nível 3 que possui dois objetivos. O primeiro é claro, homenagear uma das aventuras mais clássicas da história do RPG, responsável por ter sido a aventura introdutória de toda uma geração de rpgistas e também ser um produto de introdução de novos jogadores ao RPG e ao Old Dragon como um todo. Escrita de forma clara, com fichas de monstros, personagens prontos e mapas detalhados, a aventura possui uma introdução um pouco mais trabalhada para jogadores novatos, explicando não só o que é RPG, mas como jogá-lo, bem como conceitos novos para iniciantes, como por exemplo a figura do mestre.

FdTM está em fase de produção, neste momento, sendo diagramado e irá pra pré-venda na primeira semana de setembro, com lançamento previsto para o início de outubro. Serão, provavelmente confeccionadas apenas 300 unidades e reimpressões NÃO estão programadas.

Caso o FdTM agrade ao nosso jogador, agendaremos para 2012, uma aventura nos moldes da Tomb of Horrors, o clássico dos clássicos das aventuras de D&D.

Outubro: Shotgun Diaries

Depois do mês de setembro começamos o mês de outubro com o lançamento da nossa segunda linha de produtos, o RPG de horror-zumbi, Shotgun Diaries. Faremos o início da pré-venda na primeira semana de outubro, com o produto a venda em dois formatos diferentes, o livro e a caixa. A tiragem do livro certamente será de 1.000 exemplares e a caixa em apenas 300 ou 500 caixas.

O lançamento do SD está marcado para o amanhecer do dia 31 de outubro, o início "oficial" do HALLOWEEN!

Novembro: Legião, a Era da Desolação

Nosso último grande lançamento de 2011, a caixa-cenário voltado para o Old Dragon, que trás um cenário completo, medievalóide, mas com uma pegada mais dark e adulta. Menos magia e mais ação, menos preto e menos branco, e muitos tons de cinza!

O início da pré-venda do Legião deverá ocorrer na segunda semana de novembro, e o lançamento da caixa está previsto para a primeira semana de dezembro, sendo esse o lançamento da Redbox voltado para o Natal.

Outros lançamentos

Além destes 3 lançamentos, outros dois produtos podem ser dados como certo neste segundo semestre. O primeiro deles é o último kit de miniaturas para o Old Dragon, da coleção 2011, as minis para arqueiros, com forte presença élfica, para aqueles que nos imploravam por miniaturas de elfos. Depois destas, lançamentos de novas minis apenas no primeiro semestre de 2012. Se você tem a intenção de completar a sua coleção, corra! As quantidades são limitadas.

Ainda sem data definida mas provavelmente para novembro/dezembro, teremos o lançamento do nosso segundo Grid de Combate. Estamos estudando formas de criarmos um grid ainda maior, talvez com tamanho A2 ou A1. As provas de material ainda não apresentaram uma qualidade das dobras que seja aceitável. Então se tecnicamente não acharmos uma solução que seja perfeita, lançaremos um Grid no tamanho A3 (o mesmo do anterior), mas com um tema diferente, a ser escolhida por votação diretamente no site da Redbox em momento oportuno.

Abraços a todos!

- Equipe Redbox

sábado, 13 de agosto de 2011

Faça Você Mesmo: Pintando Miniaturas (Parte 5)

Agora vamos começar a falar da pintura propriamente dita!

Aplicação do primer

Com a miniatura limpa, montada e pronta para a pintura, a primeira coisa a fazer é aplicar o primer. Fixar a miniatura em sua base antes de aplicar o primer é opcional, já que é possível preparar base e miniatura em separado e juntá-los depois de prontos.

O primer é uma camada de tinta que é aplicada na miniatura antes de se iniciar a pintura propriamente dita, cuja função é facilitar a tinta a aderir à miniatura. Alguns materiais não aceitam muito bem a tinta, causando descascamentos, e a situação piora quando a área a ser coberta de tinta é pequena. O primer acaba servindo como uma espécie de película contínua sobre a peça e portanto mais bem aderida ao material, e desse modo a tinta da pintura propriamente dita acaba sendo aplicada sobre o primer, e não sobre o metal ou plástico.

Por isso, é importante sempre que o primer seja tinta fosca, que é melhor para ser coberta por outras tintas. Se aplicado com pincel, deve-se ter em mente que o primer tem de ser uma camada fina e uniforme. O melhor mesmo é aplicar com tinta spray, que é mais rápido e adere melhor a quase todos os materiais. Quando for trabalhar com spray faça isso em um local aberto e arejado, longe de chamas e equipamentos elétricos, para evitar acidentes. Aplique mantendo a lata de tinta a uns 30cm da miniatura, para não produzir uma camada de tinta muito grossa.

Quanto à cor, o primer pode ser de qualquer cor, mas tenha em mente que ele interfere um pouco no tom da tinta que será aplicada por cima. O melhor sempre é cores mais neutras e que ajudem a fortalecer o tom das tintas a serem aplicadas depois. O mais comum é preto (quando tintas de cores fortes serão aplicadas) ou branco (quando a miniatura será pintada em cores mais claras). Cinza é uma boa opção pois aceita bem tanto cores escuras quanto claras.

Carregador 3Miniatura de plástico com primer preto, aplicado em spray.

Algumas pessoas aplicam primer preto sobre a peça inteira e então uma camada de primer branco sobre partes que representam pele exposta, lâminas e outras áreas claras da pintura final. Se for utilizar essa técnica, a camada branca deve ser aplicada sempre com pincel, e não é necessário que ela esconda completamente o primer preto abaixo.

Escolha o esquema de cores

É necessário esperar o primer secar para começar a pintura. Enquanto isso vá escolhendo como pintar sua miniatura. Você já manuseou ela bastante até esse momento, então conhece seus detalhes e pode imaginar que cores vai querer utilizar. Caso esteja com dificuldades em decidir, procure referências na internet, em seus livros de RPG, quadrinhos, etc.

O esquema de pintura da peça pode ser tão simples ou tão complexo quanto você desejar. Se você estiver começando, tente primeiro o mais simples, e depois vá avançando em complexidade conforme for pegando prática.

Se já tiver um pouco de prática e desejar tentar efeitos de luz e sombra, esse é o momento de decidir quais os pontos de incidência de luz e quais os pontos de sombra da miniatura.

Fixe sua miniatura em um suporte

Após o primer secar, você pode se quiser fixar sua miniatura em um suporte, ou “porta-miniaturas”, como eu expliquei na segunda parte da série. Não é necessário, mas se for fazê-lo, faça-o agora.


Começando a pintar

Agora já está tudo pronto para você pintar sua miniatura. A seguir, darei uma lista de dicas básicas que ajudarão você a já começar a pintar caso deseje. Essas dicas são o básico que precisa ser lembrado independente do que você estiver fazendo. Nas próximas partes dessa série falarei um pouco sobre técnicas um pouco mais avançadas de pintura.

A pincelada

O ideal ao pintar é sempre utilizar a lateral superior das cerdas do seu pincel. Use a ponta do pincel apenas para detalhes muito pequenos, como olhos, botões, ou locais muito difíceis de alcançar.

Quando for aplicar mais de uma pincelada de tinta no mesmo local, tente utilizar o pincel em várias direções diferentes, mesmo aplicando pinceladas perpendiculares umas às outras. Isso serve para dar mais homogeneidade à cor e evitar que a pintura fique com aparência de riscada.

Ao dar pinceladas, o pincel toca a superfície da miniatura, é puxado sobre a superfície e então retirado desta. O ponto onde o pincel toca a miniatura é o ponto onde ocorrerá menor acúmulo de tinta. Onde o pincel escorrega sobre a superfície acumulará uma quantia intermediária de tinta, e o ponto onde o pincel abandona a miniatura terá o maior acúmulo de pigmentos. Use isso a seu favor ao criar áreas de luz e sombras. Encoste o pincel onde as cores devem ser mais suaves, e retire o mesmo onde as cores devem ser mais fortes.

Por onde começar a pintura

Alguns preferem começar pelo rosto da miniatura, outros deixam o rosto para o final. Tem quem pinte a miniatura do corpo para a roupa, outros das roupas para o corpo. A verdade é que tanto faz. O importante apenas é ter bom senso e observar se há alguma área de difícil acesso que valha a pena ser pintada primeiro para evitar sujar de tinta uma parte onde o trabalho já esteja terminado.

Mantenha as mãos firmes

Isso é importante, e nem é tão difícil assim. Tremer durante a pintura vai arruinar seu trabalho. Caso sinta um pouco de dificuldade, apóie os cotovelos sobre a mesa e segure a miniatura firme. Apóie uma mão na outra e mexa apenas os dedos que seguram o pincel. Fora isso, apenas tenha calma e relaxe.

Use a paleta

Evite usar a tinta direto do pote sobre a miniatura. Tire um pouco de tinta do pote e espalhe sobre a palheta, para testar a consistência e retirar o excesso de tinta do pincel. Tinta em excesso pode alagar sua miniatura e estragar um trabalho já feito.

Dilua a tinta se necessário

Tinta muito grossa pode esconder os detalhes de sua miniatura, então evite seu uso a todo custo. Se a tinta estiver muito grossa, você pode diluí-la com um pouco de água limpa. A proporção mais comum é 50% de tinta e 50% de água, mas pode variar de tinta para tinta. Entretanto, dificilmente você precisará colocar mais de 50% de água, exceto para efeitos específicos de pintura.

Alguns pintores preferem sempre diluir suas tintas, e aplicar duas ou mais camadas finas a uma única camada grossa. Um conta-gotas pode ser muito bem vindo para controlar a diluição das tintas.

Espere a tinta secar

Nunca aplique tinta por cima ou próximo de uma área com uma pintura ainda úmida. Se fizer isso, as tintas irão se misturar e alterar o tom da cor, fazendo um belo estrago no seu trabalho. A parte boa é que tinta acrílica seca muito rápido. Caso você seja alguém muito ansioso pode utilizar também um secador de cabelos para secar a tinta mais rápido.

Cuidado com os limites das áreas de pintura

Quando estiver pintando suas miniaturas, uma coisa importante para obter um bom resultado é pintar as diversas áreas da miniatura de forma uniforme. Não deixe espaços sem pintura (ou seja, aparecendo o primer), e tente evitar que a cor de uma área invada uma área que deve ser pintada de outra cor.

Mas não se desespere! Se por acaso você invadir uma área com outra cor, ou deixar o pincel tocar uma área que não devia, apenas espere a tinta secar e pinte por cima escondendo o erro. Acredite, isso acontece com mais freqüência do que parece.

Respeite também os detalhes da miniatura! Não os ignore pintando tudo de uma única cor como se eles não estivessem lá. Atenção à pintura dos detalhes é uma das coisas que faz mais diferença no resultado final da pintura.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

The Secret Fire Já Está Disponível!

wallpaper-with-logo O projeto que começou se chamando Legends & Labyrinths finalmente viu a luz do dia, mas agora se chama The Secret Fire! Eu acho muito boa a mudança do nome, afinal, já temos um L&L.

O livro, escrito por George Strayton, está à venda em versão física pela Lulu.com, ou em versão PDF pela DriveThruRPG.

Destaque especial para a lindíssima capa de José Manzanedo Luis, o mesmo ilustrador da capa de Aventuras en la Marca del Este.

Aqueles que tiverem interesse podem baixar um preview com as primeiras 15 páginas do livro The Secret Fire, incluindo o índice, aqui.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Faça Você Mesmo: Pintando Miniaturas (Parte 4)

Com todos os materiais em mãos, é hora de dar o primeiro passo rumo à pintura de uma miniatura: prepará-la para o processo. Preparar uma miniatura inclui a retirada de rebarbas, montagem se necessário e limpeza da peça.

Eliminando rebarbas e imperfeições

Muitas miniaturas, principalmente as de metal, são feitas em moldes de duas partes, e no encontro entre os moldes normalmente há rebarbas e uma marca na linha de junção. Além disso, dependendo da qualidade da miniatura, outras imperfeições podem existir na peça.

Rebarbas (1) Nestas duas miniaturas é possível ver rebarbas. Na aranha também há a linha de junção.

Na peça sem pintura às vezes esses defeitos nem são muito perceptíveis, mas depois de pintado isso pode ficar muito visível. Então, é necessário retirar essas rebarbas e consertar esses defeitos.

As rebarbas e outros excessos de material devem ser retiradas com um estilete ou bisturi. Após a retirada dessas rebarbas, eventualmente pode sobrar alguma marca ou resquício na peça, e estas, assim como as linhas de junção do molde, devem ser retiradas com o auxílio de uma pequena lima ou uma lixa bem fina.

A retiradas dessas marcas e linhas devem ser feitas com muito cuidado, de maneira uniforme e tomando cuidado para que a peça fique com um aspecto natural, e não como se estivesse faltando um pedaço.

Trabalhe com cuidado e com calma nestes dois procedimentos, tirando um pouco por vez e olhando com atenção o progresso do seu trabalho. Afinal, você não vai querer arrancar nenhum detalhe importante de sua miniatura por acidente!

Limpando as miniaturas

Para realizar a pintura é importante que as miniaturas estejam bem limpas. Na maior parte das vezes tudo o que é necessário é retirar o pó que por ventura tenha se depositado sobre a peça, o que pode ser feito com um pincel velho. No entanto, outras vezes pode ser necessário realmente lavar a miniatura, use o bom senso para decidir quando um ou outro método é necessário.

Para lavar suas miniaturas antes de pintar, você pode utilizar uma escova de dentes e um pouco de água com sabão em pó ou detergente neutro. Esfregue as miniaturas com cuidado para não quebrá-las, e então tire o excesso de umidade com cuidado em um tecido que não solte fiapos, e deixe as peças secando sobre um pedaço de papel toalha. Só depois de completamente secas é que você pode iniciar o processo de pintura.

Caso tenha sido necessário lixar sua miniatura para a retirada de alguma rebarba, limpar ela torna-se indispensável, pois sempre sobra algum resquício de pó de metal ou plástico preso à peça.

Miniaturas com múltiplas partes

Algumas miniaturas de metal são fabricadas em vários pedaços, que precisam ser juntados e montados. Se esse for o caso, a primeira coisa a fazer é retirar as rebarbas e imperfeições de cada parte da miniatura, assim como limpá-los individualmente.

Múltiplas PartesEsse kobolds da Otherworld são fabricados em vários pedaços.

Isso feito é hora de colocar cada parte em seu devido lugar, e ver como essas partes se encaixam. Se o encaixe estiver perfeito, ótimo. Caso contrário, talvez seja necessário realizar alguns ajustes. Você pode retirar um pouco de metal (ou plástico, se for o caso) em um dos lados do encaixe com um estilete ou uma lixa; faça isso aos poucos e vá ajustando até o encaixe ficar perfeito.

Quando o encaixe estiver bom, é hora de colar as peças. Em geral a melhor opção é utilizar cola-tudo. Super Bonder é uma das melhores marcas de cola-tudo, mas outras também podem servir igualmente bem. Aplique apenas um pouco de cola em um dos lados, ou seja, em apenas uma das partes a serem unidas, e não nas duas. Se por acaso você aplicar cola demais, retire o excesso com ajuda de um pedaço de papel toalha. Caso tenha cola demais esta irá demorar pra secar e pode atrapalhar na firmeza da junção das partes.

Aí é só unir as duas partes e segurar enquanto a cola seca. Não precisa apertar muito, e cuidado para não mexer as peças enquanto elas colam, senão você pode acabar com uma miniatura toda torta, com partes fora do lugar!

Caso haja mais de duas peças na miniatura, cole uma por vez, esperando a cola secar bem antes de começar o processo de colagem da próxima parte. E o mais essencial de tudo: cuidado para não colar seus dedos! Cola-tudo é uma coisinha bem traiçoeira, e é muito fácil colar as pontas dos dedos com ela.

Essas orientações também valem para as bases de suas miniaturas.

Pinagem de peças

Algumas vezes, com o intuito de fortalecer a junção de duas partes de uma miniatura, você pode usar a técnica de “pinar” a peça. Essa é uma técnica mais avançada, um tanto mais difícil, e que só é necessária com peças maiores e mais pesadas ou que teimam em não ficar unidas. Cuidado ao tentar aplicar essa técnica para não estragar sua miniatura.

Para realizar a “pinagem”, você precisa de uma broca fina de 1mm para fazer os furos, e um pedaço de arame (que pode ser de um clips de papel) para fazer o pino.

Utilize a broca para fazer um furo no centro de cada parte a ser unida. O furo precisa ser reto, não em ângulo, pois isso enfraquece a junção, e os furos das duas peças precisam corresponder, para que o pino encaixe. O jeito mais fácil de garantir isso é colocar um pequeno pingo de tinta em uma das partes e então juntar as peças; isso manchará a outra peça, e aí é só furar sobre as duas manchas de tinta.

A profundidade do furo varia de acordo com a peça, mas tome cuidado pra não se aproximar demais do outro lado da miniatura. Então é só colar o pino dentro de um dos furos e esperar secar. Após isso, cole uma parte da miniatura na outra, encaixando o pino no outro furo. Só preste atenção para não fazer um pino maior do que os furos!

Preenchimento

Quando duas partes de uma miniatura são unidas pode ficar um vão entre elas. Para eliminar essa falha, utilize um pouco de massa epoxi. Faça um rolo bem fino de massa e coloque no vão, utilizando uma agulha para fazer a massa adentrar nos espaços. Você pode usar a agulha para esculpir os detalhes necessários para que a massa pareça parte contínua da miniatura, dando um melhor acabamento.

Massa epoxi e esse tipo de escultura também podem ser utilizados para consertar defeitos em miniaturas, como partes faltantes, quebradas ou com defeitos de fabricação.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Faça Você Mesmo: Pintando Miniaturas (Parte 3)

Tintas são tecnicamente parte do material necessário para pintar, mas são tão importantes que merecem ser tratadas à parte. Incluo aqui também algumas linhas sobre vernizes.

Tintas

Existem muitos tipos diferentes de tinta, e praticamente todos os tipos servem para pintar miniaturas. No entanto, a menos que você já seja um artista experimentado, disposto a utilizar algum tipo de técnica diferente ou obter algum resultado especial, é melhor se ater à tinta acrílica.

Tintas acrílicas são atóxicas, quase não tem cheiro, são solúveis em água, e secam rápido. Também são fáceis de utilizar e fazem menos sujeira.

Existem pelo menos três tipos de tintas acrílicas: fosca, brilhante e metálica. A menos que você esteja realmente querendo um acabamento com aspecto brilhante, prefira tintas acrílicas foscas para pintar suas miniaturas. Tinta brilhante pode ser usada para pintar gemas e jóias, mas não é necessário: você pode utilizar um verniz para esse resultado. Tintas metálicas serão necessárias para pintar partes que pareçam com metal, como ouro, prata, cobre, aço, etc. E nós sabemos que miniaturas de RPG estão cheias dessas coisas!

Existem tintas acrílicas específicas para uso em miniaturas, de marcas como Citadel, Vallejo e Reaper. Alguns especialistas costumam afirmar que essas tintas são bem superiores a tinta acrílica comum, no entanto, é possível atingir resultados quase tão bons quanto com tintas acrílicas para artesanato comum, desde que sejam de boa qualidade. No Brasil temos duas marcas de tinta acrílica de artesanato que são muito boas e fáceis de encontrar: Decorfix e Acrilex. São relativamente baratas (menos de R$ 3,00 o pote de 37g), e tem uma grande gama de cores. São essas que eu uso.

Em geral, gasta-se muito pouca tinta para pintar miniaturas, então um pote de tinta dura por realmente muito tempo. Sendo assim, o custo da tinta não deveria ser realmente um problema, já que não é necessário tanta tinta assim e desse modo o investimento valeria a pena. Só que moramos no Brasil, e além da tinta importada ser mais cara, em geral não é fácil de ser encontrada. Claro que dá pra encomendar pela internet, mas eu prefiro muito mais ir até a loja e escolher as tintas que eu preciso vendo as cores pessoalmente.

Para começar, você precisa de poucas cores. Sugiro amarelo, azul, branco, cor de pele, marrom, preto, vermelho e verde. Entre as metálicas, prateado e dourado. O restante das cores você pode obter misturando as tintas. Claro que é mais fácil ter a cor certa pronta, mas você pode ir adquirindo as cores aos poucos, conforme for precisando ou querendo.

Tinta spray

Tinta acrílica em spray pode ser utilizada para aplicar uma base de pintura na peça (comumente chamado de primer). A vantagem de se utilizar tinta spray para isso é a rapidez do processo e a maior aderência da tinta spray às diversas superfícies. A desvantagem é que serve apenas para primer em uma única cor.

Existem tintas específicas para primer, mas não é exatamente necessário seu uso, apesar destas possuírem grande poder de aderência. Caso utilize tinta acrílica em spray, utilize a versão fosca, e não a tinta brilhante.

Verniz

Para preservar a pintura de suas miniaturas, é importante a aplicação de um verniz. Existem uma variedade de vernizes tão ampla quanto há de tintas, mas aqui também podemos nos restringir aos vernizes acrílicos de início. Vernizes acrílicos são solúveis em água antes de sua secagem, tem alta transparência, baixo grau de refração de luz, e são resistentes a amarelamento.

Verniz acrílico pode ser líquido ou em spray. O líquido precisa ser aplicado com um pincel sobre a miniatura; a vantagem do verniz acrílico é que como é solúvel em água, dá pra limpar mais facilmente o pincel. Ainda assim, tenha um pincel especificamente pra isso, para não correr o risco de estragar um bom pincel de pintura. Verniz em spray é mais fácil e rápido de aplicar, economizando muito tempo e trabalho.

O verniz acrílico pode ser fosco, semi-brilho, ou brilhante. A grande diferença entre estes três tipos é a quantidade de resina acrílica presente em cada um: quanto mais brilhante, mais resina. E quanto mais resina, maior proteção, resistência e durabilidade. Assim, verniz brilhante protege mais, mas verniz fosco normalmente resulta num acabamento mais próximo do desejado. Sugiro a aquisição dos dois: brilhante e fosco.

Mesmo que se utilize verniz em spray, eventualmente pode ser útil possuir um pote de verniz brilhante líquido, para aplicar sobre pontos específicos da miniatura aos quais se quer realçar o brilho, como gemas e pedras preciosas, ou os olhos de alguns monstros. Quando for o caso, esta aplicação é sempre feita com pincel.

domingo, 7 de agosto de 2011

O Sábio

No Livro do Mestre do AD&D 2ªed havia uma ilustração da qual eu sempre gostei muito: um velho sentado numa floresta fumando um cachimbo.

Qual não foi minha surpresa quando alguns anos depois percebi que esta era uma nova versão de uma ilustração muito mais antiga, uma ilustração presente na primeira página do Player’s Handbook da primeira edição do AD&D!

Só após descobrir isso é que soube que o velho e simpático sábio sentava sobre um enorme dado sob a sombra de uma árvore! Quem seria ela? O Dungeon Master, talvez?

O Sábio - Players Handbook AD&D 1st edition, pg 01 Ilustração da primeira página do Players Handbook do AD&D 1st edition.

O Sábio - Dungeon Master Guide AD&D 2nd edition revised, pg 17Ilustração da página 17 do Dungeon Master Guide do AD&D 2nd edition revised.

O Sábio - Hackmaster players handbook, 1ª páginaIlustração da primeira página do Players Handbook do Hackmaster.

sábado, 6 de agosto de 2011

Faça Você Mesmo: Pintando Miniaturas (Parte 2)

Nessa segunda parte vamos visitar o restante do equipamento necessário para pintar suas miniaturas.

Paleta ou godê

Eventualmente você precisará misturar tintas para atingir um tom desejado, ou diluí-las para utilizar algum efeito de pintura. Para isso você irá precisar de uma superfície onde isso possa ser realizado: uma paleta ou um godê.

A diferença entre os dois é que uma paleta é uma superfície lisa, e um godê possui depressões onde a tinta fica contida. O godê é ideal para a pintura de miniaturas, já que normalmente utiliza-se porções muito pequenas de tinta e a depressão na qual a tinta é colocada no godê ajuda a manter a tinta úmida por mais tempo; já nas paletas a tinta seca bem mais rápido.

Godês Um godê de cerâmica e um godê-ovo de plástico.

Godês de cerâmica podem ser encontrados em casas de tintas e de materiais de artesanato e armarinho, mas são um pouco caros. Opções bem mais baratas podem ser encontradas nos mesmos locais; um godê simples de plástico custa por volta de R$ 2,00.

Em contrapartida, qualquer superfície lisa pode servir como paleta. Você pode comprar uma ou utilizar um prato branco velho, um azulejo branco, ou mesmo um pedaço de acetato (aquela embalagem onde vendem morangos nos supermercados serve).

godê-paletaUm godê-paleta, o melhor de dois mundos!

Recipiente para água

Será necessário um recipiente com água onde você lavará seus pincéis, e eventualmente retirará água para diluir alguma tinta. Qualquer copo ou caneca velha serve.

Pano ou papel toalha

Sempre que lavar seus pincéis, você precisa de um local onde limpá-los e secá-los. Pode ser um pedaço de malha de algodão ou então papel toalha mesmo. Papel toalha é até melhor, já que possui maior capacidade de absorção de água. Você também pode utilizar o pano ou papel toalha para retirar o excesso de tinta do pincel, ou então limpar alguma sujeira que aconteça.

“Porta-miniaturas”

Algumas miniaturas são pequenas demais para segurar entre os dedos enquanto se pinta (e algumas mãos são grandes demais para segurar as miniaturas também!). Para resolver isso, você pode colar temporariamente sua miniatura em algo que seja mais confortável de ser segurado. Poder ser um pote de tinta vazio, uma rolha, um palito de sorvete, ou você pode construir algo mais sofisticado colando uma moeda no fundo de um tubo de caneta com massa epoxi.

Miniholder Você pode fazer uma engenhoca como a desse cara.

Para colar a miniatura no suporte temporário, você pode usar fita dupla-face, ou então uma única e pequena gota de cola-tudo (mas cuidado ao fazer isso, pra não destruir sua miniatura).

Outros materiais

Para preparar sua miniatura para a pintura também pode ser necessário alguns outros materiais. Um estilete, faca de hobby ou bisturi pode vir a ser necessário, principalmente quando se trabalhando com miniaturas metálicas. Uma pequena lima ou uma lixa fina também é útil.

Uma escova de dentes (tanto faz nova ou velha) e um pouco de sabão em pó também podem ser necessários para lavar uma miniatura que esteja muito suja ou empoeirada.

Fora isso, algumas outras coisas podem ser eventualmente nescessárias: uma agulha ou alfinete, uma broca de 1mm, massa epoxi, etc. Mas esses são casos específicos, e não o geral.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

As Personagens, Ilusões, e o Mundo em Que Vivem

Folheando o Livro do Jogador do AD&D 2ªed em inglês, encontrei uma passagem interessante no capítulo sobre ilusões, que me fez considerar várias coisas sobre essa forma tão poderosa de magia, assim como qual deveria ser a relação das personagens com seu mundo.

AD&D Player's Handbook 2ªed, página 82, sobre ilusões:

"The presence of magic in a fantasy world makes victims more willing to accept things our logic tells us cannot happen. A creature appearing out of nowhere could be an illusion or it could be summoned. At the same time, you must remember that a properly role-played character is familiar with the laws of his world. If a wall of flames appears out of nowhere, he will look for the spellcaster. A wall blocking a corridor may cause him to check for secret doors."

Traduzindo para o português, de forma livre:

A presença de mágica em um mundo de fantasia torna as vítimas mais suscetíveis a aceitar coisas que nossa lógica nos diz que não podem acontecer. Uma criatura surgindo do nada pode ser uma ilusão ou pode ter sido conjurada. Ao mesmo tempo, você deve lembrar que uma personagem adequadamente interpretada é familiar com as regras de seu mundo. Se uma parede de chamas aparecer do nada, ela irá procurar por um conjurador de magias. Uma parede bloqueando um corredor pode levá-lo a procurar por portas secretas.

Percebam que o simples fato de existir magia no mundo torna as ilusões muito mais versáteis e poderosas, pois quase qualquer coisa passa a ser possível, e assim ampliando o leque de possibilidades de uma ilusão crível (e consequentemente, negando um teste inicial para desacreditar a ilusão).

Em segundo lugar, esse treco nos lembra que as personagens vivem em um mundo mágico, onde mesmo aqueles que nunca presenciaram a magia já ouviram falar e provavelmente acreditam nela. Se o mago diz que pode arrancar sua alma e queimar seu corpo com uma explosão de chamas, você acredita! Não importa se ele é um mago de primeiro nível, já que provavelmente sua personagem não tem como saber disso só olhando.

Parecem coisas óbvias, mas depois de tanto tempo jogando, eventualmente acabamos nos esquecendo desse tipo de coisas. Para nossa sorte, sempre existem os velhos livros para nos relembrar!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Faça Você Mesmo: Pintando Miniaturas (Parte 1)

Com o ressurgimento de fabricantes de miniaturas metálicas no Brasil, e principalmente com o lançamento da linha de miniaturas do Old Dragon, muita gente tem me pedido por dicas sobre pintura de miniaturas para RPG.

Eu não sou nem de longe um mestre nessa arte (minhas miniaturas ficam bonitas na mesa de jogo, mas não ficam uma obra de arte), ou mesmo a melhor pessoa para dar essas dicas, mas mesmo assim eu conheço bastante da teoria, estou sempre pesquisando sobre o assunto, e tenho alguma experiência prática (o que quer dizer que já cometi váááários erros!).

De qualquer modo, que fique claro que essa série de artigos não tem como função esgotar todas as possibilidades sobre o assunto, mas sim apenas dar uma mão àqueles que desejam se aventurar pelo mundo da pintura de miniaturas e não sabem por onde começar.

Como a intenção é começar a falar do básico do básico, a primeira coisa sobre a qual um artista das miniaturas iniciante tem de saber é sobre os materiais necessários.

Pincéis

Os pincéis são sua ferramenta mais importante e definem metade do seu sucesso como pintor de miniaturas. Com algum tempo de prática e experiência com vários tipos de pincel, você logo percebe que um bom pincel torna sua vida muito mais fácil. Pincéis são classificados de acordo com três características: formato da ponta, tipo de pêlo e tamanho.Pincel

Para pintar miniaturas, você só precisará de pincéis com ponta em formato redondo e extremidade aguda (como o da figura). Você até pode vir a usar um pincel de ponta chata para fazer drybrush (a famosa técnica da ponta seca), mas isso não é necessário.

O tipo de pêlo escolhido é uma das coisas mais importante em um pincel para miniaturas, isso porque diferentes tipos de pêlo possuem características diferentes quanto a durabilidade, qualidade da ponta, capacidade de reter tinta, e é claro, preço.

Pincéis de pêlo sintético costumam ser muito ruins, mas muito ruins mesmo. Evite a todo custo pincéis de nylon, eles são mais baratos mas podem botar a perder o seu trabalho. Eu costumo utilizar pincéis de pêlo de marta (também conhecido como sable), que são muito bons em todos os quesitos, exceto preço: eles são consideravelmente caros. Por sorte, quanto maior o pincel, mais caro ele é, e para miniaturas você só precisará dos menores tipos de pincéis.

Existem também um tipo de pêlo chamado marta-Kolinsky (Kolinsky Sable ou apenas Kolinsky), que dizem alguns especialistas ser o melhor tipo de todos, e também um dos mais caros de todos. Particularmente eu ainda não usei um pincel desses, então não sei afirmar.

De qualquer modo, um bom pincel de pelo de marta vai facilitar em muito sua vida. E se você está preocupado com o preço, ele vai custar uns R$ 7,00 contra os R$ 2,00 a R$ 3,00 de um pincel de qualidade inferior, mas vai durar umas 10 vezes mais, a ponta não vai entortar nem virar um espanador com tanta facilidade, e com isso você vai economizar pelo menos metade do tempo nas pinturas. Acredite em mim, vale a pena.

Por fim, o quesito tamanho. Pincéis são classificados em tamanho por números; números menores indicando pincéis menores. Não existe um tamanho certo, o ideal é aquele com o qual você se adapte bem. Para testar, você pode iniciar com um pincel 1 e um pincel 0 e ver com qual se dá melhor. Caso perceba que você é um cara para usar pincéis maiores, compre um pincel 2, mas você nunca vai precisar de um pincel maior do que isso. Eu prefiro pincéis menores, então uso um pincel 0/1 (também chamado 00, que é menor do que um 0) com certa frequência. Mesmo assim, dificilmente você precisará de um pincel menor do que 0/3 (que é igual a um 000).

Em geral, os pincéis maiores (número 1 ou 2) você irá utilizar para pintar a maioria das superfícies das peças ou peças maiores, e os menores (número 0 e abaixo) irá utilizar para detalhes.

Cuidados com seus pincéis

É importante tomar alguns cuidados para manter seus pincéis intactos. Primeiro, evite que a tinta entre em contato com a base das cerdas do pincel. Você não precisa que as cerdas inteiras fiquem impregnadas de tinta, apenas as extremidades.

Não deixe tinta por muito tempo nos seus pincéis. A tinta seca é difícil de ser retirada das cerdas e o processo irá danificá-las.

Limpe os pincéis regularmente e seque-os depois de usá-los. Do mesmo modo, nunca deixe seu pincel mergulhado na água. Deixar as cerdas úmidas por muito tempo estraga o pincel e faz a cola que prende as cerdas ao cabo desgrudar.

Guarde seus pincéis de preferência em pé, em uma caneca ou porta-lápis. Você pode guardá-los deitados, desde que protega suas cerdas com um pedaço de tubo ou mangueira. Mas nunca, nunca mesmo, deixe eles apoiados sobre as cerdas. Nem mesmo por pouco tempo.

Seguir essas dicas irá ajudar bastante no tempo de vida dos seus pincéis.

O que fazer com os pincéis velhos?

Não jogue os seus pincéis velhos fora. Mesmo que eles não estejam mais tão bons para pintar as miniaturas com a precisão necessária, eles ainda podem servir para muitas outras coisas. Uma das utilidades mais comuns é utilizá-los para fazer drybrush, uma técnica de pintura que costuma estragar seus pincéis e que eu explicarei outro dia.

Eu também costumo utilizar um pincel velho ou ruim para retirar pó das miniaturas quando levo mais de um dia pintando a mesma peça. Outra utilidade é usar o pincel para passar cola em bases ou outras partes quando você faz modificações nas miniaturas.

Na próxima postagem da série, o restante dos equipamentos necessários para ser um pintor de miniaturas!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tabela de Cicatrizes de Batalha, Sequelas e Aleijões

Uma das mais frequentes constatações sobre o Dungeons & Dragons é a de que os personagens são “feitos de massinha”. Isso é, é como se eles não tivessem órgãos vitais, sangue, ou mesmo membros definidos. Todas as vezes que eles são feridos, são feridos no mesmo local: nos pontos de vida!

Alguns jogadores acreditam que o sistema de pontos de vida não é suficiente, e que algumas vezes as personagens deveriam receber ferimentos permanentes. Principalmente, considerando a existência de magias como regeneração. Se este for o seu caso, você pode utilizar a regra a seguir.

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Tabela de Cicatrizes de Batalha, Sequelas e Aleijões

Personagens morrem apenas aos -10 pontos de vida. Ao chegar a 0 pontos de vida elas caem inconscientes, e começam a perder automaticamente 1 ponto de vida por rodada, até receber primeiros socorros ou algum tipo de cura mágica.

No entanto, sempre que uma personagem cair abaixo dos 0 pontos de vida, há 10% de chance dela ter sofrido um ferimento mais grave que deixará sequelas. Se for esse o caso, role na tabela abaixo para determinar quais as sequelas (se o resultado for impossível para a personagem em questão, apenas ignore o resultado; ela deu sorte desta vez):

Tabelade Cicatrizes Clique para ampliar.

O mestre é livre é livre para alterar os resultados de membros amputados na tabela para melhor se adaptar ao tipo de ataque sofrido pela personagem. Por exemplo, utilizando ossos quebrados e membros fraturados para ataques de contusão e músculos lacerados para ataques perfurantes.

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Essa foi a tabela com a qual participei no Random Tables Contest, que como prometido, postei em português aqui para vocês.

A idéia foi inspirada nas diversas tabelas de críticos de vários jogos como GURPS, Rolemaster, e mesmo os Player’s Options do AD&D, assim como a tabela de cicatrizes de batalha de Lobisomem: O Apocalipse. Ao mesmo tempo, tentei criar uma opção às tabelas de críticos que incluísse o perigo das personagens se ferirem de forma permanente, mas sem alterar muito as regras do jogo nem o espírito heróico do D&D.

A regra pode ser utilizada com qualquer versão ou edição do D&D, AD&D, assim como Old Dragon e quaisquer retroclones de Dungeons & Dragons. Uma versão em PDF da regra e da tabela pode ser baixada aqui.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Novas Miniaturas Kimeron em Primeira Mão!

A Kimeron Miniaturas está ampliando sua linha de miniaturas e peças de cenário para nossos jogos de RPG, e trago em primeira mão as fotos aqui no Dungeon Compendium!

Algumas das miniaturas já estão disponíveis para compra no perfil do orkut da Kimeron:

Elfo ranger R$5,90Elfo Ranger.

Arqueiro R$5,90 Arqueiro Humano.

Elfo arqueiro R$5,90Elfo Arqueiro.

ente da floresta R$25,90 Especial atenção a este incrível Ent!

Outras ainda serão lançadas em breve, entre elas algumas criaturas grandes:

Gigante da colina R$13,90 Gigante da Colina.

ogre b R$8,90 Ogre.

Trol da floresta R$9,90 Troll da Floresta.

Mas o que eu tenho de mais legal para mostrar para vocês são as esculturas originais do Cinésio (o artista por trás da Kimeron) de algumas peças que estarão disponíveis em breve:

AltarOs protótipos do Altar Circular e Altar de Sacrifício…

Altares … e suas versões finais!

Lareiras Uma lareira (alguém mais pensou em Hero Quest?).

Javalis Um incrível javali!

Tronos E um magnífico trono.

E essas não são todas as novidades que vem por aí, algumas surpresas eu deixei reservadas para vocês descobrirem sozinhos. Então fiquem de olho nos lançamentos da Kimeron nas próximas semanas!

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