Hoje é o último dia para apoiar o financiamento coletivo da Dragão Brasil e ainda conseguir garantir a edição de Novembro de 2016.
Acredito que a essa altura todos já sabem que a revista Dragão Brasil retornou, e que mês que vem será publicado o primeiro número dessa nova fase da revista.
Prévia da capa da nova edição da revista.
Para quem chegou nesse mundo por agora, deixe-me explicar: a Dragão Brasil (originalmente Dragon até o seu segundo número) foi uma das primeiras revistas de RPG publicadas no país, em meados de 1994, e durou por anos a fio trazendo matérias sobre RPG, card games e correlatos e sendo responsável por iniciar muita gente no mundo do roleplaying game.
Tem quem alegue que a Dragão Brasil foi a primeira revista de RPG nacional mas tenho
certo grau de certeza de que não é (as revistas Dragão Dourado e RPG Magazine são ao menos alguns meses mais antigas, e talvez haja outras), apesar de que acredito que ela seja a primeira de
periodicidade mensal.
Eu lembro de quando meu vizinho comprou o primeiro número da revista e levou lá em casa para eu ver. Achei maravilhosa, cheia de novidades e material autoral. Eu ainda estava engatinhando no mundo dos RPGs (havíamos nos interessado por isso apenas uns poucos meses antes). Na época eu não tinha grana pra comprar a revista, mas acompanhei todos os números através da coleção que meu vizinho começou a fazer. Eu ia à casa dele e copiava em folhas de caderno as estatísticas de cada nova criatura de D&D que saía na revista, para poder usar nas minhas aventuras. Foi com a Dragão Brasil que eu aprendi de verdade que você é capaz de criar seus próprios materiais de RPG - afinal, os caras da revista faziam isso o tempo todo!
Eu confesso que com o tempo eu me desinteressei pela revista, e ao final já não acompanhava mais as publicações a anos. Isso se deu por várias razões: diminuição do suporte aos sistemas que eu jogava, muitas páginas da revista dedicadas a listagem de cards (houve uma época que quase metade da revista era isso), excesso de adaptações de animes, séries, filmes, etc. em detrimento de material mais genérico, excesso de dedicação dos materiais para o sistema e cenário próprios da revista (o 3D&T e Tormenta, respectivamente), etc.
Ainda assim, não nego a importância que a Dragão Brasil possuiu para a divulgação do RPG no Brasil, e fico contente que ela tenha retornado, por mais que ache mais interessante se fosse em modelo impresso (para que jovens a encontrassem na banca de jornal e se interessassem pro RPG a partir dela, como muitos fizeram no passado).
Sim, porque agora a Dragão Brasil será em formato digital. Ela custará a partir de R$ 7,00 e terá ao menos 50 páginas por edição. A revista continuará da numeração onde parou (ou quase... eu tinha quase certeza de que a revista havia sido publicada até o número 122 ou 123 com outra equipe, mas eles vão continuar a partir do número 113) e terá periodicidade mensal.
A publicação será pelo modelo de patronato, um misto de financiamento coletivo e assinatura, onde você pagará o valor estipulado todo mês para receber a recompensa escolhida, e pode se desligar do projeto quando desejar. Acesse a página do financiamento para entender melhor como funciona.
A publicação será pelo modelo de patronato, um misto de financiamento coletivo e assinatura, onde você pagará o valor estipulado todo mês para receber a recompensa escolhida, e pode se desligar do projeto quando desejar. Acesse a página do financiamento para entender melhor como funciona.
Se você já conhece a revista, já sabe o que esperar. Se não conhece, porque não vai lá e faz o download da Dragão Brasil 112 especial temática da série Stranger Things para conhecer? Se gostar, talvez valha à pena assinar essa nova versão digital da mais duradoura revista de RPG do Brasil.
Acredito que todos passamos por esse momento uma hora ou outra com a Dragão: o descobrimento, o êxtase, o desinteresse e o agarramento ao passado. Talvez eu devesse ter comparado aos cinco estágios da dor.
ResponderExcluirO descobrimento foi justamente pegar a revista na banca e ler com os amigos. O êxtase foi usar o material da resvista nas aventuras e ansiar pela próxima edição, tendo preferidas e debatendo. O desinteresse foi não encontrar mais na revista aquilo que nos deslumbrou da primeira vez e nos manteve. E o agarramento ao passado foi continuar com a revista (e seus offshots como a Tormenta e a Dragonslayer), esperando por uma volta do passado naquelas páginas.
A parte mais triste da morte da Dragão pra mim foi quando começaram as matérias tapa-buraco: listas de últimas palavras de aventureiros, buracos em Arton... Já havia começado para mim quando ainda jogava AD&D e só havia material para d20 ou 3D&T (faz sentido se pensarmos em mercado e questão de licenciamento, mas vai explicar isso pro meu eu de 15 anos) e culminou quando eu não mais me identificava com a revista.
Uma revitalização foi a Tormenta. Aquela revista dedicada era puro ouro em sua maioria, quase um retorno à velha DB que amávamos. Dragonslayer puxou o barco um pouco mais adiante, mas já não jogava mais Tormenta nem 3D&T.
Que venha a nova Dragão, que seja não um drinque ao saudosismo, mas o farol para um novo horizonte.
Eu nunca tive esse "agarramento ao passado" com a DB, larguei dela e nunca mais voltei. Só folheava alguma edição na banca de vez em quando, mas não mais que isso. Mas concordo com você: que a nova DB seja não um baú cheio de lembranças velhas, mas um poço de boas novidades!
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