E assim tem início uma das histórias mais empolgantes jamais escritas. Sim, porque essa frase não só é o começo de O Hobbit, mas também de toda a saga dos Bolseiros de Bolsão, que culmina em O Senhor dos Anéis.
Esta semana, no dia 03 de Janeiro, foi o aniversário de 120 anos de J.R.R. Tolkien, e com todo o alarde sobre o trailer de sua versão cinematográfica, nada melhor do que falar sobre O Hobbit.
A história contada pode ser resumida de forma simples: o livro conta como Bilbo Bolseiro, um pacato hobbit, é colocado pelo mago Gandalf em uma jornada com um grupo de anões para recuperar a cidade anã na Montanha Solitária, tomada gerações atrás pelo dragão Smaug.
Há vários aspectos verdadeiramente interessantes nessa obra, talvez o maior deles sendo o fato de que é onde pela primeira vez nos são apresentados os hobbits (nossos conhecidos halflings). O fato de o protagonista ser referido a todo instante como um ladrão (para o que de fato ele mostra habilidade), sem que no entanto seja retratado como um bandido ou fora-da-lei também é bastante inusitado. Mas com certeza, o fato que mais chama atenção, e pelo que o livro é mais lembrado, é o encontro do anel da invisibilidade, que não passa de um acontecimento quase que secundário à trama principal, mas que futuramente (mas apenas em O Senhor dos Anéis) mostra-se como o fato mais importante de toda aquela história.
Mas o que mais me atrai em O Hobbit é com certeza o aspecto de conto de fadas que a história apresenta. Tolkien inclui esses elementos na história costurando-os perfeitamente em sua Terra Média, um mundo em geral sóbrio e por vezes até sombrio, tornando as aventuras de Bilbo em uma história perfeita para crianças sem realmente infantilizar o que está sendo contado.
Exemplos clássicos disso é a presença de animais falantes, como no caso das águias gigantes, das aranhas da Floresta Tenebrosa e das aves da Montanha Solitária; como os trolls são vencidos por esperteza e trapaça, e não através de combate; antagonistas que conversam com o protagonistas ao invés de simplesmente confrontá-lo (Smaug e Gollum); e a clássica disputa de charadas entre Gollum e Bilbo.
Tudo isso dá a O Hobbit um ar de um mundo impregnado de seres e acontecimentos fantásticos, digno das lendas fantásticas medievais, bastante diferente de O Senhor dos Anéis ou O Silmarillion, e ainda assim, perfeitamente compatível com estes. Para quem joga RPG e conhece O Senhor dos Anéis, O Hobbit mostra perfeitamente como variar completamente o estilo e temática das aventuras sem fugir ao cenário.
O Hobbit é um livro pequeno, extremamente fácil de ler e muito divertido. Aconselho fortemente a quem ainda não o leu, a ler este livro, de preferência antes do lançamento da versão cinematográfica.
Concordo plenamente com o que foi escrito o Hobbit é um grande ensinamento tanto para narradores quanto para jogadores.
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