domingo, 13 de agosto de 2017

#RPGaDay 2017: Descreva Uma Experiência de Jogo Que Mudou Sua Forma de Jogar

Foi ainda muito no início da minha vida de jogador de RPG, pouco depois de eu ganhar a caixa básica do D&D da GROW. Eu tinha algo entre 11 e 12 anos na época e já tinha jogado algumas sessões até ali (várias como mestre).

Meu irmão mais velho, que nessa altura já morava em sua própria casa, veio nos visitar e decidiu jogar uma partida de D&D comigo. Eu seria o mestre, e ele pediu para que fosse montando um personagem para ele e também um grupo de NPCs para acompanhá-lo como mercenários contratados. Quando eu perguntei a ele com que tipo de personagem ele iria querer jogar, ele me disse "monta tipo o Conan".

Eu rolei atributos para uns 4 personagens, e peguei a planilha com a melhor combinação para montar o "Conan" (e eram atributos bastante bons pelo que me lembro). Botei o 17 que eu havia tirado em Força, o segundo melhor atributo em Constituição, o terceiro em Destreza, e por aí vai... E obviamente, montei um Guerreiro.

Acontece que meu irmão já sabia jogar RPG a mais tempo do que eu, e tinha alguma experiência com outros sistemas além do D&D.

Quando ele chegou para jogar, ele perguntou quais as habilidades das classes dos personagens, olhou para a planilha dele e disse "17 em Força tá legal, mas vou mudar o segundo melhor atributo para Destreza, e e terceiro para Constituição, tudo bem?". Já naquela época era comum deixarmos mudar os atributos de lugar, então não fiz objeção.

Mas então foi aí que aconteceu algo que mudou minha forma de ver o jogo para sempre. Meu irmão disse "e vou também mudar classe dele para Ladrão". Na hora eu perguntei "mas não era para ser tipo o Conan, um bárbaro?". Ele respondeu "e é, ele é um bárbaro... e um ladrão, como o Conan". Eu ainda argumentei que como ladrão ele não iria lutar tão bem quanto o Conan, mas ele disse que o 17 de Força resolvia esse problema. e assim nasceu Amra, o Ladrão.

E no fim, jogando, o personagem funcionava muito bem. O bônus de Força dava a ele uma boa vantagem em combate, ele escalava, era furtivo, assassinava os inimigos com um só golpe pelas costas, e tinha uma CA bastante alta para um personagem inicial. E era um bárbaro; agia como um bárbaro, falava como um bárbaro, e lutava como um bárbaro, mesmo sendo um ladrão em sua planilha.

E foi ali que eu entendi que, ainda que os arquétipos digam muita coisa sobre seu personagem, no fim ele não é apenas aquilo que está na sua planilha, mas sim aquilo que você deseja fazer dele. E que nem sempre você tem de montar a planilha de forma a maximizar as habilidades da classe ou outra descrição mecânica qualquer; às vezes você só deve montar o personagem como você acha que ele vai ficar mais legal, mais divertido de jogar. Até aquele momento, eu nunca teria montado um ladrão com o atributo mais alto em Força, mas ali eu percebi que isso poderia ser algo bem divertido de se fazer.

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