quinta-feira, 20 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: RPG de Horror Predileto

Eu sou um fã inveterado dos antigos filmes de terror do estúdio Hammer. Desde criança sempre gostei muito daqueles filmes cheios de sangue vermelho como tinta, mocinhas seminuas, heróis que são apenas pessoas comuns armadas de conhecimento e vontade, e monstros estilosos em trajes vitorianos – e eu gostava de tudo isso em uma idade provavelmente muito abaixo do recomendado para assistir a estes filmes.

Assim, não é de surpreender que meu jogo de horror predileto seja Ravenloft, o cenário de horror gótico do D&D (e sim, vocês ainda vão escutar esse nome mais algumas vezes por aqui).

Alguns dos próprios monstros do D&D são fortemente inspirados pelos filmes de terror pré 1974, onde encaixa-se a imensa maioria dos filmes da Hammer, e existem declarações a respeito da classe clérigo ter na verdade sido inspirada no Dr. Abraham Van Helsing como interpretado por Peter Cushing em inúmeros filmes da Hammer.

Se isso não fosse suficiente, Ravenloft é descaradamente inspirado por esses filmes e pela literatura das quais estes se inspiram, recorrendo a um barão vampiro icônico que é sem sombras de dúvidas o “Drácula” do D&D (Barão Strahd Von Zarovich – apesar de que sua aparência clássica é mais uma homenagem ao Drácula de Béla Lugosi do que ao de Christopher Lee), e tendo por bastião do bem um médico caçador de monstros, sem nenhuma habilidade especial além de seu conhecimento do sobrenatural, à lá Dr. Abraham Van Helsing (Dr. Rudolph Van Richten, um dos NPCs mais legais de todos os cenários do D&D).

Outro aspecto que eu gosto nessas histórias clássicas de horror é que geralmente os monstros são mesmo monstros, a despeito de suas ambiguidades (Drácula pode até amar Mina, mas isso não faz ele nem um pouco menos maligno), e o herói em geral é o homem comum – e Ravenloft nos entrega isso perfeitamente, com um cenário onde até mesmo as raças semi-humanas são raras, e o mal é indiscutível.

E apesar de ser D&D em sua fantasia pseudo-medieval, Ravenloft tem um ar mais renascentista, por vezes quase vitoriano, numa mistura de períodos históricos perfeita para permitir as boas histórias de terror ao estilo de Drácula ou Frankenstein, sem perder a essência do D&D.

Tudo isso junto a algumas poucas mecânicas simples mas adequadas para reforçar a aura de horror dentro do sistema do D&D (teste de medo, horror e loucura, rogar maldições, testes de poder), fazem de Ravenloft um jogo de horror extremamente bem-sucedido para quem é fã das histórias clássicas de monstros.

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