segunda-feira, 31 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Coisa Não-RPG Preferida Que Veio de Um RPG

Excetuando os amigos (pois eu fiz vários bons amigos nestes pouco mais de 20 anos jogando RPG), a minha coisa favorita que não é um RPG mas descende de um, sem nenhuma dúvida, é o desenho Caverna do Dragão. 

As crianças, como eram chamados os heróis na série.

Como todos sabem, Caverna do Dragão é na verdade a animação oficial de Dungeons & Dragons produzida pela Marvel e a TSR nos anos 1980. Ao menos, todos sabem disso hoje, porque na época a criançada não manjava nada disso aqui no Brasil, e só achávamos que Caverna do Dragão era um desenho animado massa pra caramba.

Eu cresci vendo essa animação na TV todas as manhãs, e já adorava todos os elementos que eram mostrados nela mesmo muitos anos antes de sequer saber que existiam RPGs. O sucesso dessa série no Brasil é tão grande que até uns poucos anos atrás ele ainda era televisionado nas manhãs da TV aberta. 

E não é para menos, analisando hoje em dia, com a visão de um adulto, os episódios de Caverna do Dragão continuam sendo todos muito bons. E apesar de todas as mensagens positivas e lições de moral típicas de um programa infantil, os roteiros da série tratavam de alguns assuntos bem sérios e de forma bastante madura, no melhor estilo Gary Gygax de não subestimar a inteligência da sua audiência. E não é para menos, além de grandes roteiristas de renome como Mark Evanier e Paul Dini, o show teve a consultoria do próprio Gygax em pessoa.

domingo, 30 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Celebridade Jogadora de RPG Predileta

Está aí uma coisa na qual eu nunca pensei – até porque, eu não admiro uma celebridade porque ela joga ou não RPG, mas sim pela qualidade do seu trabalho.

Mas antes de tentar escolher alguém, acho que é importante definir uma coisa: entendo que “celebridade jogadora de RPG” se refere a alguém que é famoso por outra coisa que não RPG. Assim, nenhum autor de RPG está concorrendo a esta “vaga”.

Isto posto, a primeira parte do trabalho em definir quem seria essa celebridade é descobrir dentre os famosos quem joga RPG. E aí não há muitas maneiras de fazê-lo, exceto recorrer às pouco confiáveis listas da internet.

Dentre os jogadores de RPG confirmados (ou ao menos com fortes evidências), selecionei dois que poderiam igualmente concorrer ao cargo de “celebridade RPGista favorita”: Mike Myers e Matt Groening.

Yeah, baby! Mike Myers, o eterno Austin Powers. Só por isso já vale o título, mas ele também interpretou Shreck, e nos deu o filme Quanto Mais Idiota Melhor, o que só conta a favor.
Matt Groening não só é responsável pela criação dos Simpsons, que é muito divertido, mas também pelo fantástico Futurama! Sério, eu sinto que alguém devia dar um prêmio a Matt Groening pela criação de Futurama, nem que seja um prêmio chinfrim como o de “celebridade RPGista favorita”.

Mas correndo por fora há alguém não confirmado como sendo ou não um jogador de RPG: Bruce Campbell. Nenhum personagem do cinema ou TV é tão legal quanto Ash Williams, com exceção talvez de Autolycus, e por isso, se ele for mesmo RPGista, Bruce Campbell é minha celebridade favorita. De fato, acho que Bruce Campbell é minha celebridade favorita mesmo não jogando RPG!

sábado, 29 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Site ou Blog de RPG Preferido

Meu blog sobre RPG preferido era certamente o Grognardia. Foi em grande parte devido a ele que eu iniciei o Dungeon Compendium e me interessei pela OSR. O que era bom no Grognardia é que além de materiais de jogo, ele trazia também muitas discussões sobre diversos assuntos relacionados ao RPG, e muitas matérias contando a história do hobby. E o autor, James Maliszewski, tinha bastante conhecimento do assunto.

Mas apesar de o Grognardia ainda estar no ar, disponível para qualquer um que desejar consultá-lo, ele não é mais atualizado a anos. Por isso acho que devo dar uma resposta considerando sites ou blogs ainda ativos. 

Dentre os blogs que estão ativos hoje em dia, eu gosto muito do Módulos RPG, mas ele tem tido apenas 1d4 postagens no ano, então ele quase cai na mesma categoria do Grognardia.

Sendo assim, fico com o Blog of Holding. Ele eventualmente traz algumas discussões a respeito de assuntos relacionados a RPG, frequentemente traz umas ideias e regras diretamente aplicáveis a qualquer jogo D&D-like, e tem uma visão bem criativa a respeito das coisas. Os únicos poréns é que às vezes ele é muito voltado para as edições mais recentes do D&D, e a frequência de atualização é muito baixa.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Jogo Favorito o Qual Não Joga Mais

Um jogo do qual eu gosto muito mas já faz vários anos que eu não jogo é Lobisomem, O Apocalipse.

De todos os cenários do antigo Mundo das Trevas, Lobisomem, O Apocalipse é de longe o meu predileto. Joguei várias campanhas desse jogo antigamente, algumas bem longas, mas por diversas razões, após algum tempo nunca mais joguei. Até tentamos começar uma nova campanha a uns 3 ou 4 anos atrás com meu grupo atual, mas o mestre não se empolgou e a coisa não foi pra frente. 

O que mais me atrai no cenário de Lobisomem é a metafísica, os reinos espirituais, a natureza animista do mundo, a importância do instinto animal na psique do lobisomem, a corrupção da Wyrm, e todas as complexas relações sociopolíticas advindas disso. Grande parte dos críticos de Lobisomem, O Apocalipse só veem a parte da “porrada” do jogo, considerando este como o irmão hack’n slash do Vampiro, A Máscara, mas ainda que a violência seja inerente ao jogo (afinal, lobisomens são feras lutando pela sobrevivência), ele tem muito mais a oferecer, sendo um jogo tão profundo e social quanto os jogadores estiverem dispostos a encarar.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Ideia Favorita Para Mesclar Dois Jogos Em Um

Esta é uma pergunta que eu acho um pouco confusa. E a confusão reside no fato de que a pergunta não deixa claro se “mesclar dois jogos” envolve apenas os jogos como um todo, ou se pegar o cenário de um e as regras de outro também conta.

Particularmente, eu não entendo que usar o cenário de um jogo com as regras de outro seja “mesclar” dois jogos, para mim isso é uma mera adaptação do cenário. Portanto, usarei o conceito de mesclar não apenas cenário mas também as regras de dois jogos.

Adaptações de cenários para outros sistemas eu já fiz algumas, mas misturar de fato dois jogos inteiros é algo que não me lembro de já ter feito (com exceção de misturar diversas edições e retroclones do D&D, o que basicamente é o meu AD&D 3.5, mas isso é um pouco diferente).

Apesar desse lance de misturar dois jogos não é muito a minha praia, existe uma mescla que eu gostaria de tentar um dia: Space Dragon e Old Dragon. Os dois jogos usam praticamente a mesma base de sistema, mas ainda são dois jogos distintos, com muitas diferenças entre si.

Essa mistura já foi feita de uma certa maneira na excelente aventura Expedição ao Pico do Abismo, mas o que eu imagino é uma mescla maior dos dois jogos, uma mistura mais constante e permanente, criando um cenário totalmente gonzo fantasy, com tecnologia super futurista, weird science, psiquismo, magia e fé, repleto de raças e criaturas estranhas, robôs, guerreiros e bárbaros. Um jogo digno de The Dying Earth e Thundarr, o Bárbaro!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Inspiração Favorita Para Seus Jogos

Minha principal fonte de inspiração é a leitura. Em sua maioria romances e contos, mas muita coisa também tiro de revistas em quadrinhos e até mesmo de livros de História (sim, a história está cheia de boas fontes de inspiração!). Uma descrição bem-feita, uma cena bem pensada, um diálogo entusiasmante, um conceito incomum, um roteiro bem escrito ou mesmo um plot interessante, tudo isso serve de boas inspirações pra mim, e é possível achar muitas dessas coisas na literatura.

Mas obviamente, esta não é a única fonte de inspiração que uso para meus jogos. Filmes, séries, animações, ilustrações, conversas com os outros jogadores, outros jogos de RPG, biologia, física, química, tudo serve como fonte de inspiração.

Oras, certa vez bolei uma aventura cujo conceito me veio dentro do ônibus enquanto eu pensava no quanto a 4ªed do D&D havia bagunçado com o cenário de Forgotten Realms! Ou seja, até mesmo algo que me desagradou completamente também pode ser vir como fonte de inspiração.

No fim não importa muito de onde vem a inspiração, mas sim o que você faz com ela.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Mecânica de Jogo Revolucionária Predileta

A mecânica de jogo mais revolucionária de todos os tempos, e que mais me agrada em toda a história do RPG, é certamente a dita Regra de Ouro.
 
Vocês podem estar achando que é brincadeira, mas é sério. A maioria de nós RPGistas está tão acostumado com a regra de ouro que não dá a devida importância a ela, muitas vezes sequer percebemos que ela está lá, fazendo nosso jogo funcionar. Alguns vão alegar que a regra de ouro existe desde o primeiro RPG publicado e faz parte de todo RPG, e portanto não pode ser considerada revolucionário. E eu direi que estão errados.

A regra de ouro é a mecânica que permite ao mestre de jogo alterar, ignorar ou incluir qualquer regra no jogo, para que este se adéque melhor às expectativas do grupo. Também é ela que define que o mestre pode tomar uma decisão momentânea para o fim de manter o jogo divertido. E por fim, é a regra de ouro que determina que na falta de uma regra (ou mesmo havendo uma), a palavra do mestre é lei e ele tem liberdade de decidir como proceder.

O que torna o RPG um jogo tão único e divertido é a liberdade que ele proporciona, a possibilidade de os jogadores tomar qualquer atitude com seus personagens, sem serem limitados a um conjunto pré-definido de “movimentos” ou “ações”. E em grande parte, é a regra de ouro que permite isso, que dá a liberdade do mestre adjudicar na hora o resultado de uma ação não prevista pelas regras.

Sem isso, RPGs seriam muito pouco diferentes de um jogo de tabuleiro ou um wargame. A regra de ouro é tão revolucionária que ela praticamente define todo um novo gênero de jogos. A regra de ouro é uma quebra de paradigmas, uma mecânica que diz que nas regras daquele jogo, a regra mais importante é uma que permite a você não segui-las. E certamente, a imensa maioria dos RPGistas consegue lembrar do impacto que isso teve para si na primeira vez em que teve contato com essa afirmação em um livro de RPG.

At DM discretion” é na minha opinião a melhor expressão que se pode encontrar em um manual de RPG, e por isso a minha mecânica revolucionária favorita é e sempre será a regra de ouro.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O Ídolo da Semana

O ídolo dessa semana vai fugir um pouco do tema. Ao invés de mostrar uma versão do ídolo de Trampier, hoje trago a vocês um homenagem a uma das possíveis fontes de inspiração para aquela icônica ilustração:


Essa ilustração faz uma clara referência à cena do roubo da gema do ídolo no filme The Thief of Bagdad, uma cena que possivelmente tenha influenciado David Trampier em sua clássica ilustração da capa do primeiro Players Handbook.

#RPGaDay2015: Regra da Casa Favorita

Cada jogo costuma ter regras da casa diferentes, e portanto eleger uma favorita força uma comparação entre coisas completamente distintas. Mais distintas do que comparar dois sistemas inteiros completamente diferentes, já que no caso de sistemas ou jogos inteiros, podemos comparar o funcionamento do todo frente à proposta de cada jogo, e as regras da casa visam um aspecto específico, geralmente mínimo, e raramente versam sobre um mesmo tema.

Mas deixando essas complicações de lado, se tiver de escolher uma, acho que a regra da casa que acho mais divertida é a regra do D30. E o critério de escolha é exatamente esse: diversão. 

A regra do D30 não resolve distorções na regra, nem conserta falhas de sistema, muito menos visa equilibrar qualquer aspecto do jogo. Pelo contrário, o que ela faz é incluir um elemento caótico a mais no sistema, possibilitando resultados absurdos que de outra forma nunca ocorreriam – mas sem garantia nenhuma de que isso dê certo. E isso é muito divertido!

domingo, 23 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Jogo Perfeito Para Você

É um pouco difícil concluir o que seria um “jogo perfeito”. Em questão de regras, qualquer sistema que eu possua bom domínio das regras (é sempre mais agradável jogar algo que você sabe como funciona), e cuja estrutura me agrade, é suficiente. Isso não significa que sou contrário a conhecer novos sistemas, apenas reconheço que mesmo num sistema novo, começo a me divertir mais quando já tiver entendido totalmente as mecânicas.
 
No geral, também prefiro fantasia a outros gêneros. Juntando essas duas características, eu poderia dizer que D&D está próximo do que eu poderia chamar de um “jogo perfeito”.

Eu também prefiro mestrar a aventura a jogar com um personagem. E sempre é bom quando os jogadores estão todos animados com as premissas da aventura e interessados em fazer a história avançar, de preferência, independente das oportunidades que o mestre lhes dá.

Tenho uma preferência clara por campanhas a aventuras one-shot. Simplesmente gosto de histórias que se desenvolvam de forma longa e complexa, e onde haja tempo de desenvolver os personagens (mas não ligo muito que eles morram – isso faz parte da graça do jogo). Para isso, também é importante que o cenário de jogo seja minimamente interessante.

Então, no fim, acho que uma campanha de D&D comigo mestrando e jogadores bem participativos é algo bem próximo do que eu entenderia como um jogo perfeito. Mas a verdade é que qualquer jogo em que todos os envolvidos estejam se divertindo é um jogo ideal.

sábado, 22 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Ambiente Perfeito Para Jogar RPG

O ambiente perfeito para jogar RPG é um lugar onde haja locais confortáveis para todos sentarem, de preferência em torno de uma mesa suficientemente grande. É necessário que neste local se tenha acesso aos livros e suplementos do jogo em questão, para serem consultados se necessário. Uma geladeira, para manter o refrigerante gelado, também é imprescindível, assim como é bem-vindo uma micro-ondas (para estourar a pipoca) e uma cafeteira. Se esse local for em um cômodo grande, arejado, onde se possa fazer barulho sem se preocupar, tanto melhor. Ah, e banheiro... tem de ter um banheiro!

Mas, para ser bem sincero, apesar disso tudo caracterizar um “ambiente perfeito” para jogar, eu já joguei RPG até em boteco apinhado de gente, sem nenhum livro disponível, e usando guardanapos para escrever planilha de personagem. Não é por falta de “local perfeito” que eu vou deixar de jogar RPG.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Alguns Pensamentos a Respeito do ENnie Awards 2015

No começo deste mês foram divulgados os vencedores do ENnie Awards 2015, e o que chamou a atenção foi um retro-jogo receber 4 prêmios.

A Red & Pleasant Land, que para que não conhece trata-se de um suplemento do retro-jogo Lamentations of the Flame Princess, ganhou a prata nas categorias "Melhor Aventura" e "Produto do Ano", e o ouro nas categorias "Melhor Cenário" e "Melhor Texto".

As quatro medalhas do A Red & Pleasant Land.

Mas não foi só isso, se incluirmos outros jogos que podem ser considerados Old School, entre Glorantha, Call of Cthulhu, e Lamentations of the Flame Princess, foram 8 prêmios ENnies, 3 de ouro e 5 de prata.

É verdade que este ano houve uma grande polêmica que pôs a legitimidade do ENnies Awards em xeque: inicialmente, foi nomeado para concorrer a várias categorias, incluindo "Produto do Ano", um RPG pirata. "Pirata" porque tratava-se de uma adaptação de uma franquia de videogames para o sistema FATE, só que sem possuir a licença para tal adaptação.

Isso mostrou a falta de critério dos juízes para determinar os concorrentes, e demonstrou algo que os mais atentos já haviam notado: apesar de ser considerado por muitos o maior prêmio do RPG mundial, o ENnies não trata-se de uma avaliação técnica, mas sim trata-se de pouco mais que um concurso de popularidade. Isso porque a premiação é feita com base na votação popular de produtos nomeados pelos juízes.

Mas isso não é o mesmo que afirmar que o ENnies não significa nada. Podemos tirar algumas avaliações do resultado da premiação. Se os prêmios são uma escolha de popularidade, e a votação popular (mesmo com todas as distorções possíveis) escolheu como segundo melhor produto do ano um livro da OSR, isso significa que tem muita gente por aí apoiando a Renascença Old School. Levando em conta os outros prêmios recebidos, a OSR afinal mostra que não é um nicho tão pequeno assim - e que as editoras devem ficar atentas a isso.

Vale salientar também que este ano o D&D levou 13 prêmios (sem contar mais 2 relacionados a miniaturas e boardgames que utilizam a marca), e a Wizards of the Coast levou a medalha de ouro de melhor editora. E nesses 13 incluem-se o ouro de "Melhores Regras" e "Produto do Ano" para o Player's Handbook do D&D 5ªed.

Claramente a 5ª edição do D&D "dá um passo atrás" em relação ao D&D 4ªed, retornando para regras mais similares às suas edições anteriores. E também há todo o discurso da nova edição de permitir regras mais modulares e flexíveis, que permitem um estilo de jogo mais old school, o que em grande parte é verdade. Os 13 prêmios desse ano (e os apenas 2 prêmios para o Pathfinder - ainda que a Paizo tenha sido escolhida a segunda melhor editora do ano) mostra para a WotC que eles escolheram o caminho certo.

Agora, esperemos que a indústria do RPG (e principalmente a Hasbro) continue atenta para o fato de que a OSR é mais do que um nicho dentro do nicho, e que o que a maioria dos jogadores realmente quer é um D&D que se pareça com o D&D.

#RPGaDay2015: Cenário de RPG Preferido

Vamos começar a ficar repetitivos por aqui: meu cenário de RPG favorito é definitivamente Ravenloft. Inclusive, eu já falei isso por aqui uma vez. 

Mas já que seria muito chato ficar só no link de uma postagem de dois anos atrás, vamos falar do meu segundo cenário predileto: Infinte Worlds. 

Infinite Worlds é um cenário originalmente desenvolvido para o GURPS Viagem no Tempo, e que desde a 4ª edição do sistema passou a ser o cenário padrão do GURPS. Basicamente, é um cenário que prevê a existência de um sem-fim de universos paralelos, alguns apenas ecos temporais, outros linhas de tempo alternativas, e alguns que pouco tem de similar à nossa Terra. 

Como não podia deixar de ser, o cenário prevê meios de se viajar entre esses universos, e é aí que está todo o charme de Infinite Worlds. A possibilidade de campanhas que visitam múltiplos temas e épocas, múltiplos gêneros, de fantasia a ficção científica, passando por qualquer coisa que você puder imaginar, é o que me atrai nesse cenário.

Apesar de não ser necessário, aventuras no cenário podem focar a Patrulha do Infinito e sua missão de proteção do multiverso de outros grupos que, de posse de conhecimento para viajar entre os universos, tentam realizar uma campanha de conquista multidimensional (inimigos dentre os quais o mais legal é sem dúvidas o Reich-5 e seus viajantes do tempo nazistas). E como o cenário prevê certas “regras” no funcionamento da viagem temporal, isso é toda a desculpa que o mestre precisa para justificar situações onde o grupo precisa primeiro visitar o mundo X antes de poder ir adiante até o mundo Y – exatamente o tipo de metaplot simples que ajuda o mestre a construir boas aventuras.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: RPG Jogado Mais Recentemente

E continuo botando em dia as postagens atrasadas do desafio. Esta é a postagem referente ao dia 06 de Agosto.

O RPG mais recente que joguei trata-se de Legends of the 5 Rings 4ªed. Já faz alguns meses que venho mestrando uma campanha no sistema. O que significa, por óbvio, que vínhamos utilizando o material original em inglês, e não a tradução publicadarecentemente pela editora New Order.

A campanha, que iniciou com o Campeonato Topázio (a aventura modelo do livro da 1ª edição de L5R), situa-se no período pré-Clan Wars de Rokugan, poucos anos antes do Scorpion Coup, e provavelmente deve adentrar esse período negro da história do Império Esmeralda (que por acaso é meu período favorito do cenário).

#RPGaDay2015: RPG de Horror Predileto

Eu sou um fã inveterado dos antigos filmes de terror do estúdio Hammer. Desde criança sempre gostei muito daqueles filmes cheios de sangue vermelho como tinta, mocinhas seminuas, heróis que são apenas pessoas comuns armadas de conhecimento e vontade, e monstros estilosos em trajes vitorianos – e eu gostava de tudo isso em uma idade provavelmente muito abaixo do recomendado para assistir a estes filmes.

Assim, não é de surpreender que meu jogo de horror predileto seja Ravenloft, o cenário de horror gótico do D&D (e sim, vocês ainda vão escutar esse nome mais algumas vezes por aqui).

Alguns dos próprios monstros do D&D são fortemente inspirados pelos filmes de terror pré 1974, onde encaixa-se a imensa maioria dos filmes da Hammer, e existem declarações a respeito da classe clérigo ter na verdade sido inspirada no Dr. Abraham Van Helsing como interpretado por Peter Cushing em inúmeros filmes da Hammer.

Se isso não fosse suficiente, Ravenloft é descaradamente inspirado por esses filmes e pela literatura das quais estes se inspiram, recorrendo a um barão vampiro icônico que é sem sombras de dúvidas o “Drácula” do D&D (Barão Strahd Von Zarovich – apesar de que sua aparência clássica é mais uma homenagem ao Drácula de Béla Lugosi do que ao de Christopher Lee), e tendo por bastião do bem um médico caçador de monstros, sem nenhuma habilidade especial além de seu conhecimento do sobrenatural, à lá Dr. Abraham Van Helsing (Dr. Rudolph Van Richten, um dos NPCs mais legais de todos os cenários do D&D).

Outro aspecto que eu gosto nessas histórias clássicas de horror é que geralmente os monstros são mesmo monstros, a despeito de suas ambiguidades (Drácula pode até amar Mina, mas isso não faz ele nem um pouco menos maligno), e o herói em geral é o homem comum – e Ravenloft nos entrega isso perfeitamente, com um cenário onde até mesmo as raças semi-humanas são raras, e o mal é indiscutível.

E apesar de ser D&D em sua fantasia pseudo-medieval, Ravenloft tem um ar mais renascentista, por vezes quase vitoriano, numa mistura de períodos históricos perfeita para permitir as boas histórias de terror ao estilo de Drácula ou Frankenstein, sem perder a essência do D&D.

Tudo isso junto a algumas poucas mecânicas simples mas adequadas para reforçar a aura de horror dentro do sistema do D&D (teste de medo, horror e loucura, rogar maldições, testes de poder), fazem de Ravenloft um jogo de horror extremamente bem-sucedido para quem é fã das histórias clássicas de monstros.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: RPG Adquirido Mais Recentemente (Resenha: Magic Theorems & Dark Pacts)

Na corrida pra tirar o atraso nas postagens do desafio, hoje temos a postagem referente ao dia 05 de Agosto.

O material de RPG que eu adquiri mais recentemente foi Magic Theorems & Dark Pacts. E já que eu tenho de falar dele, decidi que o melhor a fazer é uma resenha do livro.

Magic Theorems & Dark Pacts é um suplemento para Labyrinth Lord, escrito por Dyson Logos e publicado em 2013. O livro é vendido em PDF pelo RPGNow ao valor de US$ 9,99, ou impresso pelo Lulu.com a US$ 20,00 em capa mole ou US$ 35,00 em capa dura.

Fisicamente, o livro tem um layout bem simples, é todo em preto e branco (com exceção da capa), e não possui nenhuma ilustração (nem mesmo a capa). Dada a simplicidade do livro, encontrar uma informação nele é bastante fácil. Até aí, o livro não é grande coisa.

Mas é no conteúdo em si que o livro chama atenção. Magic Theorems & Dark Pacts traz toda uma nova visão aos conjuradores de Labyrinth Lord, sem no entanto alterar praticamente nenhuma das regras originais do jogo.

O primeiro capítulo do livro traz 13 classes de conjuradores, cada uam representando uma tradição mágica diferente, isso é, uma forma específica de fazer magia ou um foco de atuação. E dentre estas 13 classes temos inclusos desde o Mago e Clérigo comuns do sistema revisitados (há pequenas alterações nas classes), até classes com conceitos bem conhecidos como o Elven Swordmage (que nada mais é que um elfo guerreiro/mago) e o Necromante, até classes bem mais incomuns como o Fleshcrafter (um mago focado em alterar corpos), o Merchant Prince (um bardo/mago especializado em comércio), e o Unseen (um tipo de assassino místico).

Esse é disparado o capítulo mais interessante do livro, com classes com conceitos bem definidos, mecânicas simples mas bastante adequadas ao conceito, e sem necessitar alterar muito a mecânica básica de magia vanciana.

O segundo capítulo traz todas as magias presentes nas listas das classes do capítulo 1. E isso inclui todas as magias presentes no livro básico de Labyrinth Lord mais algumas magias novas. A “repetição” das magias do livro básico aqui tem uma razão prática: Dyson Logos rearranja as magias arcanas em 10 círculos, ao invés dos tradicionais 9. Estes dois primeiros capítulos são os maiores e ocupam 120 das 160 páginas do livro.

O terceiro capítulo trata de itens mágicos, não só trazendo itens novos, mas também introduzindo umas poucas novas classificações e categorias de itens.

O quarto capitulo fala sobre monstros, mais especificamente, elementais (com uma excelente tabela de variação de subtipo para cada um dos elementais), e uma nova criatura chamada Flesh Beast, que pode ser criada pelos Fleshcrafters.

Por fim, o quinto e último capítulo traz informações sobre como adaptar as regras apresentadas no livro para o Labyrinth Lord Advanced Edition Companion.

Apesar de ser escrito tendo em vista o Labyrinth Lord, o material presente em Magic Theorems & Dark Pacts pode ser facilmente adaptado para qualquer retroclone do D&D (e para boa parte das edições do D&D também). As regras criadas para cada classe são simples e elegantes, e dificilmente irão desbalancear qualquer jogo.

No geral, achei um bom material, cheio de boas inspirações. Se você gosta de retroclones do D&D e tem interesse em modos diferentes de tratar a magia em seu jogo, sugiro dar uma olhada nesse livro.

#RPGaDay2015: RPG de Supers Favorito

Apesar de tudo, acho que meu RPG de super-heróis predileto ainda é o GURPS Supers. Mais especificamente, a encarnação deste para a 3ª edição do sistema. Este é um dos primeiros RPGs de supers que eu joguei (o primeirão acho que foi um RPG caseiro chamado “X-Factor” que fiz em conjunto com um vizinho), e ele é cheio de problemas, mesmo assim, penso que ainda fica com a vaga de “favorito”. 

Explico o porque: na minha opinião, um RPG de super-heróis tem de permitir a criação de qualquer conceito de personagem que um jogador seja capaz de imaginar, isso é, simular qualquer tipo de super-poder adequadamente e como concebido pelo jogador. E o GURPS Supers faz isso muito bem, nunca encontrei um super-poder que não fosse possível simular nele. E a preferência entre a encarnação da 3ª edição do GURPS em detrimento da 4ª edição é apenas devido à regra de super força - no GURPS 4ed é praticamente inviável montar um personagem com força nos níveis de Thor, Hulk ou Superman. 

Outro RPG de supers que eu gostei bastante é o Mutants & Masterminds 3ed (que a partir de agora será apenas M&M). A 2ª edição do M&M eu acho parecida demais com o d20 para funcionar direito em um jogo de supers, mas a 3ªed é um jogo muito bom, e a regra de power level resolve vários dos problemas tradicionais de jogos de supers. 

Ainda assim, já encontrei uns três ou quatro conceitos de personagem que não são possíveis montar dentro das regras do M&M, por isso o GURPS Supers ainda fica com o trono.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

#RPGaDay2015: Jogo Mais Surpreendente

Mais uma postagem atrasada do desafio; esta, referente ao dia 04 do mês.

O jogo que mais me surpreendeu é um jogo que ainda não existe: Chopstick. “não existe” porque o jogo ainda não foi lançado oficialmente – ainda encontra-se em fase de playtest. E foi justamente num destes playtests que eu conheci o jogo. 

De autoria do meu xará Igor Moreno, Chopstick é um jogo que utiliza o sistema FATE para simular aventuras ao estilo de filmes de ação policial ambientados no submundo de Hong Kong (ou qualquer outro local com um feeling oriental), cheias de lutas, violência e ação frenética.

Tendo jogado na última hora do último dia de evento, ganhei o material do playtest de presente!

Joguei Chopstick em um playtest mestrado pelo autor no último World RPG Fest, e gostei muito do jogo. Confesso que não sou um grande fã do sistema FATE, mas toda a atmosfera que o Igor Moreno conseguiu incutir no jogo, desde a excelente diagramação das planilhas de personagem, até as regras específicas e acessórios que evocam um ambiente de jogatina oriental, encaixaram perfeitamente com o FATE para atingir em cheio o objetivo do jogo. E poder usar epítetos de filmes B de kung fu como “madame tornado”, “serpente dançante” ou “Bruce Lee coreano” como aspectos do personagem é simplesmente sensacional!

O conteúdo de um dos kits de playtest - perfeito para evocar a atmosfera do jogo

Posso dizer com toda a certeza que Chopstick me surpreendeu, e foi uma grata surpresa. Não porque eu duvidava da capacidade de game designer do autor – para mim o Igor Moreno está acima de qualquer dúvida nesse quesito – mas sim porque, ainda que eu aguardasse um jogo legal, Chopstick mostrou-se divertido além do que eu esperava, e com um visual que cai como uma luva, irrepreensível (ainda que trate-se apenas de um material de playtest).

Uma olhada no interior do livreto de regras- design simples mas muito bacana.

Chopstick tem tudo para ser um grande jogo, e mal posso esperar vê-lo disponível no mercado.

E a melhor parte: as planilhas de personagem! A versão final do jogo TEM de trazer um PDF editável nesse formato de ficha policial, com direito a inclusão da foto do meliante e tudo!

#RPGaDay2015: RPG de Ficção Científica Predileto

Acho que meu RPG de ficção científica favorito trata-se de um jogo não-oficial, uma adaptação fan made de Fallout (sim, o jogo de videogame pós-apocalíptico) para GURPS, que já tenho jogado por algum tempo. 

Fallout é um cenário que eu conheço dos videogames desde sua sequência Fallout 2, e quando pus os olhos nesse jogo a primeira coisa que pensei é que ele era perfeito para uma adaptação em GURPS. Muito melhor o fato de alguém já ter tido todo o trabalho de fazer isso por mim. 

Falando apenas de jogos publicados oficialmente, eu fico entre o Cyberpunk 2020 e o Space Dragon.

Cyberpunk 2020 é um jogo com um cenário cyberpunk totalmente datado, completamente anos 1980-90, cheio de clichês da época e do gênero, e talvez por isso mesmo tão legal. Isso e o fato de ter sido um dos primeiros RPGs que não eram de fantasia que eu joguei faz ele ter um lugar especial nas minhas preferências. Apesar de que confesso que curto mais a ambientação do que as regras do sistema. 

Space Dragon, por sua vez, é um jogo que tive pouquíssimas oportunidades de jogar, mas que em todas se mostrou um RPG extremamente divertido. Além de que a premissa de ter um jogo de ficção científica que usa a mesma base do Old Dragon, e portanto é altamente compatível com este permitindo facilmente crossovers entre estes jogos, é genial! Space Dragon é um jogo pelo qual eu me apaixonei desde o primeiro momento em que pus os olhos no que ainda era um arquivo PDF fan-made (um PDF que fez meu xará Igor Moreno ganhar minha admiração como game designer), e cada vez que me aprofundo no sistema, mais ele ganha minha admiração.
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