Ao longo das últimas duas décadas houveram muitas aventuras memoráveis das quais participei. Muitas mesmo.
Como jogador, uma das mais legais foi a em que meu guerreiro fez um motim no barco pirata no qual estava como passageiro, e convenceu a tripulação a atacar a gigantesca nau de guerra onde o inimigo do grupo se encontrava. A nau em questão era propelida por três andares de remos, impulsionados por escravos. Com pequenos botes à noite, nos aproximamos da nau, entramos pelas passagens dos remos, e libertamos os escravos, que liderados pelos personagens dos jogadores, tomaram o barco numa chacina como poucas já foram vistas. Naquele dia meu personagem matou nosso arqui-inimigo... que era o antipaladino do personagem de outro jogador. Foi meio frustrante pra ele...
Entre as aventuras que eu mestrei, há muitas que por uma razão ou outra são verdadeiramente memoráveis:
- a famigerada aventura do mímico, onde os jogadores tiveram a oportunidade de, por uma sessão na campanha, jogarem com personagens que normalmente seriam apenas NPCs;
- a aventura especial de Natal de Ravenloft, onde os jogadores enfrentaram ninguém mais, ninguém menos, que Papai Noel, numa versão sinistra e nada ridícula;
- a sessão de Ravenloft em que um jogador que se mudou para o outro lado do estado, voltou para nos visitar exatamente no dia em que seu antigo personagem encontraria sua mãe, que se revelou o inimigo mais odiado (aquele que matou seu pai, tornando-o um revenant), e teve de combatê-la num duelo mortal;
- a aventura de “um ano depois” da campanha de Ravenloft, em que os personagens se viram presos numa odiosa versão de pesadelos de Forgotten Realms: a Faerûn da 4ª edição!
- a Dungeon de Zanzer mestrada numa adaptação para AD&D 2ªed, uma das sessões mais caóticas que já mestrei;
Há ainda muitas outras entre as aventuras que são mais do que “apenas mais uma sessão de jogo”, mas se alguma poderia ocupar o lugar de melhor aventura de todas, provavelmente eu escolheria a última sessão “oficial” de minha última campanha de Ravenloft.
Primeiramente, porque a sessão durou muitas horas; começamos a jogar às 15h de um dia, e terminamos às 6h do dia seguinte. Segundo porque foi um dungeon crawl épico, com direito à infalível ladra do grupo caindo em uma armadilha! Os personagens tiveram de fazer aliança com um inimigo para aumentar suas chances de vitória. Houve um confronto com os arqui-inimigos da campanha, um combate de grande escala, e um dos personagens pagando um pacto com um demônio, e quase estragando tudo no processo. Usamos minhas miniaturas e os cenários da Kimeron na cena final (nunca usávamos miniaturas na campanha), o que tornou tudo ainda mais especial. E por fim, algo totalmente inesperado e inusitado aconteceu: ao se confrontarem com a própria encarnação da Morte, um dos personagens decidiu desafiá-la, resultando na clássica cena do destino de todos sendo decidido numa partida de xadrez contra a Morte! E o jogador venceu, sem nenhuma ajuda do mestre!
Essa aventura encerrou uam campanha com mais de 4 anos, e que deixa saudades até hoje. Uma sessão da qual os amigos relembram sempre que se encontram. Certamente, cabe bem como a melhor aventura que mestrei até hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário