Personalidade. Aquela coisinha que faz um alguém se diferenciar de outro alguém, mesmo que por suas características mensuráveis ambos só possam ser descritos do mesmo modo. É a personalidade que faz com que um personagem completamente comum (digamos, um guerreiro humano totalmente básico de D&D) possa ser um personagem memorável, e ao mesmo tempo diferente de outro personagem com a mesma montagem estatística.
Uma personalidade distinta pode ser obtida para um personagem de muitas formas diferentes: um maneirismo, um jeito de falar específico que o jogador usa para o personagem, gostos pessoais, crenças e superstições que ele possui, e até mesmo um modus operandi completo.
Até mesmo coisas mais ligadas diretamente com a mecânica do jogo podem ser utilizadas para dar uma personalidade interessante ao personagem: uma arma ou equipamento predileto ou característico, ou alguma habilidade que o diferencie dos demais e da qual ele se orgulhe (ou se envergonhe, quem sabe!). Alguns jogos até mesmo trazem mecânicas que ajudam a criar uma personalidade para o personagem, como regras de vantagens e desvantagens, alinhamentos, honra, moralidade, etc. Mas o sistema no fim não importa, porque não é a existência de regras para isso no sistema que faz a diferença, mas sim o que o jogador faz com isso. Como o jogador usa o que tem em mãos é que define uma personalidade para o personagem. E é por isso que um personagem pode ser diferente e interessante mesmo em sistemas onde as regras diferenciam muito pouco dois personagens de um mesmo tipo.
O que acaba por ser mais importante para um personagem ter uma personalidade interessante é um bom jogador. E por “bom jogador” não estou falando em um jogador que domina as regras, apenas um jogador que está interessado em fazer do seu personagem um alguém interessante, um alguém com personalidade – provavelmente distinta da sua própria.
O que faz um bom personagem, de certo modo, é um bom jogador.
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