Um dos maiores elogios que eu já recebi durante um jogo não foi exatamente um elogio. Na verdade foi uma comemoração do mestre por eu ter perdido um personagem.
Numa campanha de D&D 3.5 em que eu era jogador, estávamos em um ponto crítico em que o grupo iria atravessar um portal mágico, que ficava aberto apenas por uma curta janela de tempo, para outra dimensão que de outra forma era inacessível. Eu controlava 2 personagens: um guerreiro que era meu personagem principal, e um bardo que era um semi-NPC, criado para suprir umas necessidades do grupo no inicio da campanha (e para eu usar enquanto meu personagem principal não podia se juntar ao grupo por questões da história).
O grupo viajava em um barco voador, que seria usado para alcançar o portal no céu. Obviamente, fomos atacados durante a tentativa da travessia, pelos demônios da outra dimensão os quais combatíamos. Na confusão do combate, à mercê de sermos atrasados e não conseguirmos fazer a travessia, o clérigo do grupo usou uma magia para banir as criaturas que não eram de alinhamento bom de uma parte do barco. A magia, claro, visava os demônios, mas o jogador calculou mal a área e acabou englobando meu bardo - que era neutro, não bom!
O bardo foi banido para a cidade abaixo do barco voador, não conseguindo atravessar o portal, e consequentemente ficando de fora do restante da campanha. Quando isso aconteceu, o mestre comemorou de forma esfuziante! Parecia que ele havia "ganho o jogo". Que seu time era campeão do mundo. Ele ficara tão feliz porquê, apesar do bardo ser certamente o menos poderoso do grupo frente aos demais guerreiros, magos e clérigos de nível épico, era frequentemente ele que resolvia os maiores problemas do grupo, quem encontrava soluções para os dilemas mais graves, e que tirava o grupo das enrascadas mais complexas - as quais normalmente não podiam ser resolvidas com poder bruto.
Basicamente, o mestre estava comemorando o fato de que, a partir daquele momento, o trabalho dele de criar perigos e dificuldades a serem vencidas havia se tornado muito mais simples. Foi um reconhecimento de que o bardo era, mesmo contra o que os números nas planilhas diziam, o personagem mais poderoso do grupo. E tudo isso devido ao meu roleplay com o personagem
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